Dmitriev não precisou quando a produção da Sputnik V teve início. A União Química pretendia iniciar o processo amanhã em uma planta de Brasília.
O diretor do fundo russo disse esperar que o pedido do uso emergencial à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) caminhe “nas próximas semanas”. No sábado, a agência recusou um pedido submetido pelos russos e pelo laboratório brasileiro alegando que requisitos mínimos “não foram atingidos”.
A União Química previa o início da produção no último dia 15, o que não aconteceu. Na quarta-feira, a companhia anunciou que pretendia resolver hoje as pendências com a reguladora brasileira. A Anvisa afirmou, no sábado, que o pedido foi devolvido pela falta de autorização para a condução dos ensaios clínicos fase 3, a condução em andamento no país desses estudos e questões relativas às boas práticas de fabricação.
“Estamos fornecendo todas as informações que Anvisa solicita. Não tem prazo para resposta, porém dada a urgência e prioridade deste assunto, estamos num esforço forte para entregar todas as informações. Esperamos que na quinta-feira, na própria reunião com Anvisa, todas pendências sejam resolvidas— disse o diretor de negócios internacionais da União Química, Rogério Rosso.”
Na previsão da União Química, caso não seja concedido o uso emergencial da vacina, as doses produzidas em solo brasileiro serão destinados a países vizinhos que já autorizaram a vacinação com a fórmula russa, como Argentina e Bolívia.
No Brasil, dois estados já firmaram acordos com o RDIF e o Instituto Nikolay Gamaleya, laboratório responsável pelo desenvolvimento da vacina: Paraná e Bahia. O governo baiano entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar a compra direta de 50 milhões de doses do imunizante, sinalizada em um acordo assinado no ano passado.
Ontem, o ministro do STF Ricardo Lewandowski determinou que a Anvisa preste informações sobre o pedido de avaliação do uso emergencial pelos russos para decidir sobre a solicitação da Bahia.
O gabinete do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, informou que a reguladora de saúde húngara concedeu uma aprovação emergencial da vacina Sputnik V e também para o imunizante desenvolvido pela farmacêutica britânica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido).
Trata-se do primeiro país da União Europeia (UE) a autorizar o uso da vacina russa. É também a primeira vez que uma nação integrante do bloco decide pela liberação emergencial de um imunizante de forma unilateral. Até agora, as fórmulas da Pfizer/BioNTech e Moderna foram adotadas mediante decisão da Comissão Europeia, a partir de pareceres da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
Com informações de Extra