A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) celebra o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, comemorado este mês. A primeira homenagem é regida pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), que, hoje (15), às 20h, no Museu Nacional da República (MuN), executa concerto com algumas das “Bachianas”, de Heitor Villa-Lobos. A entrada é franca, por ordem de chegada, com exigência do uso de máscaras e do cartão de vacinação.
Além do concerto, os museus de Arte de Brasília e o Nacional da República programam obras originais e exposição sobre o evento histórico, que ocorreu entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo. A Semana inaugurou o modernismo no Brasil e instalou a ruptura com estéticas vencidas. O tropicalismo, a poesia concreta e o teatro de vanguarda do grupo Oficina foram alguns dos movimentos que brotaram desse encontro.
“A Semana de Arte Moderna de 1922 é um marco histórico e estético nacional. Os desdobramentos chegam até os dias de hoje na música, no teatro, nas artes visuais, na performance e na literatura”, aponta o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.
A apresentação tem as participações da soprano Ana Luísa Melo e dos musicistas Flávio Lopes (fagote) e Mechthild Bier (flauta), com ênfase no naipe de violoncelos.
A partir de amanhã (16), o Museu de Arte de Brasília (MAB) vai expor peças modernistas, incluindo obras de dois protagonistas da Semana de 1922 – Victor Brecheret (escultor, 1894-1955) e Oswald de Andrade (poeta, 1890-1954).
“Obtivemos empréstimo de Brecheret de um colecionador privado, além do livro-manifesto ‘Pau Brasil’, de Oswald de Andrade, da Biblioteca Nacional de Brasília. Trata-se de uma edição autografada por ele, de 1925”, adianta o gerente do museu, Marcelo Gonczarowska.
A escultura de Brecheret “Nu Feminino”, de 1930, feita em bronze, com dimensões 31 x 36 x 21 cm, poderá ser tocada por pessoas com deficiência visual. “Elas podem agendar a ida pelo e-mail mab@cultura.df.gov.br para proporcionarmos essa experiência”, conta Marcelo.
Sobre o texto de Oswald, o livro-manifesto “Pau Brasil”, com ilustrações de Tarsila do Amaral, defendeu a criação de uma poesia brasileira, sem influência europeia, que servisse, na realidade, de produto de exportação.
O Museu Nacional da República programa a exibição “Modernismo Expandido”, em junho, na Galeria Principal. “A mostra pretende apresentar uma visão mais ampla do movimento modernista, mostrando como ele se articulou, expandiu e consolidou-se nos diversos estados brasileiros”, explica a diretora Sara Seilert.
A mostra reunirá cerca de 70 obras de coleções públicas e particulares e será acompanhada por material documental, reunindo revistas e textos críticos, material literário e uma cronologia ilustrada sobre a expansão do modernismo pelo país. Um seminário sobre o tema apresentará leituras contextualizadas da semana que mudou a maneira como o Brasil passou a se ver no espelho da cultura.
Fonte: Secec