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maio 14 2019

Governador diz que demitirá hoje diretoria do Hospital de Sobradinho

O governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou, ontem (13), que vai demitir a direção do Hospital Regional de Sobradinho. A medida ocorre dois dias após morte de uma jovem de 19 anos que não conseguiu atendimento na unidade.

“Amanhã eu trocando toda a direção do Hospital de Sobradinho, porque não estão prestando o serviço ou a atenção que deveriam dar”, disse Ibaneis. “Então, já tem a determinação para o secretário Osnei Okumoto de trocar a diretoria pra que aprenda a dar atenção à população.”

Veja a nota da direção do hospital ao fim do texto

Beatriz Viana da Silva morreu na tarde do último sábado (11), depois de passar a manhã em busca de atendimento adequado. Nesta terça (14), o cunhado da vítima, Wellington Nascimento, disse  que a família estava organizando o funeral.

Segundo o marido da vítima, Wesley Nascimento, Beatriz chegou ao Hospital de Sobradinho na manhã de sábado (11) com dores no estômago, e teria sido informada que não havia médico para atendê-la.

“Me disseram que pra fazer a ficha ia ser difícil porque só tinha um médico na clínica médica e ele estava atendendo quem já estava internado”, disse Wesley.

Ele e Beatriz seguiram, então, para uma clínica particular próxima ao hospital. Segundo o marido, um clínico avaliou a jovem e percebeu que o caso era grave. Ele mesmo foi sozinho até o Hospital de Sobradinho com o objetivo de exigir atendimento a paciente.

Enquanto a jovem esperava, porém, sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ela chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e pelo Corpo de Bombeiros, e foi levada ao hospital com vida, mas não sobreviveu. Beatriz tinha um filho de seis meses.

Familiares de Beatriz disseram ao G1 que ficaram cerca de 45 horas sem informações sobre o paradeiro do corpo da jovem. Eles também alegaram que, até esta segunda (12), não haviam recebido o atestado de óbito.

Por sua vez, a pasta informou à reportagem que o corpo estava no Instituto Médico Legal (IML) ontem, a pedido da própria família. Antes, ele havia passado pelo Serviço de Verificação de Óbitos da Secretaria de Saúde, no Hospital Regional de Ceilândia

Wellignton disse ao G1 que o marido da vítima esteve na unidade das 5h às 12h de domingo. Na ocasião, Wesley teria sido informado que o corpo seria transferido novamente, desta vez ao IML, onde passaria por exame de corpo de delito por volta das 15h.

Porém, na noite do mesmo dia o corpo “despareceu” do radar. Wesley foi chamado pela Polícia Civil a prestar depoimento na 13ª DP, em Sobradinho. Na delegacia, ele e o irmão ligaram para o hospital para saber quando teriam acesso ao corpo e a resposta foi evasiva.

“Ligamos diretamente da delegacia, no viva-voz, e disseram que o corpo tinha sido levado ao IML pela manhã. Mas durante a manhã, o Wesley estava lá, do lado dela”, disse o irmão.

Segundo o cunhado da vítima, o delegado que estava de plantão se comprometeu a investigar o paradeiro do corpo. A Polícia Civil informou que a necropsia foi realizada ontem e que o corpo seria liberado para a família no mesmo dia.

Em nota, a direção do Hospital de Sobradinho declara:

“A direção do Hospital Regional de Sobradinho (HRS) esclarece que não há registro de abertura de ficha na unidade pela paciente B.R.V.S. O marido da paciente foi até a unidade no sábado pela manhã, perguntou se havia atendimento e lhe foi informado que o acesso estava restrito a pacientes graves, por isso estava demorado. No entanto, o marido preferiu não fazer a ficha, alegando que a levaria para outra unidade.

A paciente sequer desceu do carro e não entrou no hospital.

A passagem pelo HRS ocorreu, de fato, quando ela deu entrada transportada pelo Corpo de Bombeiros. A equipe do Hospital Regional de Sobradinho prestou, então, os primeiros atendimentos. De acordo com a equipe, ela já chegou em parada cardiorrespiratória e, conforme as normas de urgência e emergência em clínica médica e cardiologia, foi realizada manobra de reanimação por mais 45 minutos, mas não houve resposta.

Como o óbito foi por alguma causa natural e necessitava de investigação sobre o motivo, o corpo foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbitos da Secretaria de Saúde, localizado no Hospital Regional de Ceilândia. No entanto, a família solicitou à polícia que a investigação ficasse a cargo do Instituto Médico Legal (IML), que já recolheu o corpo e fará a investigação da causa do óbito.

A direção do HRS esclarece que a unidade decretou bandeira vermelha na sexta-feira (10/05), devido a superlotação da internação. A unidade conta com 22 leitos na Sala Amarela, mas 35 pacientes estavam internados. A Sala Vermelha dispõe de três leitos, mas cinco pacientes estavam hospitalizados. Dois médicos atendiam no plantão na sexta-feira à noite e também no sábado (11/05) pela manhã. Havia classificação de risco em todos os turnos.

A bandeira vermelha é decretada quando a unidade está atendendo acima de sua capacidade de internação. O atendimento de porta fica restrito a casos de maior gravidade, com classificação vermelha. Os pacientes internados são avaliados a todo momento para que, quem estiver em melhores condições clínicas, possa receber alta.”

Com informações do G1

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