A RAV estabelece e oficializa o processo de fluxo de atendimento e cuidado, capacitação dos profissionais, monitoramento e funcionamento dos serviços de saúde voltados para vítimas de violência sexual, doméstica e familiar.
Instituída no âmbito da Secretaria de Saúde (SES), por meio da Portaria nº 108, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal no dia 21, a RAV engloba os serviços nos três níveis de atenção à saúde, primária, secundária e terciária, e de vigilância à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Por meio da rede, a SES visa a levar mais acesso aos serviços oferecidos, orientar o processo de trabalho, capacitar as equipes de atendimento a esse público e realizar monitoramento do fluxo e dos resultados, além de promover material educativo e abordagens informativas relacionadas ao enfrentamento das violências nas regiões de saúde.
“É um espaço para a construção de estratégias na atenção às pessoas em situação de violência, promoção da cultura de paz e formação de todos os níveis de saúde em relação ao combate a todas as formas violência”, explica a chefe da Assessoria de Redes de Atenção da SES, Andrielle Haddad.
A Rede de Atenção às Pessoas em Situação de Violência do Distrito Federal faz parte dos resultados alcançados pela força-tarefa de combate ao feminicídio, criada em fevereiro deste ano, que une os esforços de diversos órgãos governamentais para propor políticas públicas voltadas à prevenção do feminicídio, à proteção, ao acolhimento e à eliminação de todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres.
“Essa rede é de suma importância para o atendimento humanizado à mulher. Atender essas mulheres é zelar pelos direitos humanos e garantir atendimento digno. O trabalho em conjunto ajuda a intervir nessas situações de violência – o que não é tarefa exclusiva das esferas jurídica, policial, psicossocial, mas é também da área de saúde, pois há sofrimentos e adoecimentos que acometem as vítimas”, destaca a secretária da Mulher, Giselle Ferreira.
A gerente de Serviços de Psicologia da Diretoria de Serviços de Saúde Mental, Fernanda Falcomer, que atua como representante técnica especialista na temática de enfrentamento à violência da SES na força-tarefa, explica que, muitas vezes, a saúde é a porta de entrada das vítimas para os demais serviços do governo, o que reforça a importância do trabalho articulado que a RAV estabelece – de preparar todos os serviços, equipes, unidades e hospitais para o atendimento integrado e cuidadoso desse público.
Outras cinco redes já haviam sido instituídas no Distrito Federal, seguindo as estipulações do Ministério da Saúde e do SUS.
A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPCD) trabalha para ampliar o acesso e qualificar o atendimento a esse grupo, além de elaborar ações de prevenção e de diagnóstico precoce de deficiências.
A Rede de Urgência e Emergência (RUE) estipula o fluxo e organiza as operações de atendimento às urgências e emergências nas regiões de saúde do DF, garantindo um serviço mais efetivo e funcional.
A Rede Cegonha estrutura ações e serviços de atendimento de qualidade e humanizado para mulheres em idade reprodutiva, durante a gravidez e para bebês e crianças de até dois anos, assegurando o acolhimento e a vinculação dos pacientes às UBSs e aos hospitais de referência para o acompanhamento.
Também existe a Rede de Atenção das Pessoas com Doenças Crônicas não Transmissíveis, voltada para o cuidado integral desse grupo em todos os pontos de atenção, garantindo a prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde.
A SES disponibiliza ainda a Rede de Atenção Psicossocial, com a finalidade de acolher e acompanhar as pessoas com sofrimento ou transtorno mental, bem como atender outras demandas decorrentes do uso de álcool e outras drogas.
Fonte: SES