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out 31 2023

HADDAD NA CAUTELA SOBRE DÉFICIT ZERO

Declaração do Presidente Lula, descartando a proposta de déficit zero em 2024, domina as discussões no Brasil, com reflexo na bolsa e no dólar.

Em entrevista coletiva, ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não assumiu explícito compromisso sobre o tema, ao afirmar:

“A minha meta está estabelecida. Vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que tenhamos um país melhor”, concluiu Haddad. Recusou-se a falar sobre déficit zero.

A última previsão da área econômica é de que o déficit das contas do Governo seja de R$ 141,4 bilhões em 2023.

No Orçamento de 2024, enviado ao Congresso, a meta é de déficit zero. Mas o Governo calcula que precisará de R$ 168 milhões em receitas extras para atingir esse objetivo no próximo ano.

Parece impossível em qualquer avaliação, diante da incerteza das medidas até aqui propostas.

 

DÉFICIT ZERO – Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, engrossou críticas à fala do Presidente Lula sobre o déficit fiscal.

Para Pacheco, abandonar a meta “colocaria o país em rota perigosa”. Afirmou que o Congresso vai se esforçar para que o Brasil continue em busca do déficit zero.

 

REUNIÃO – Presidente Lula convocou líderes da base aliada na Câmara dos Deputados para reunião hoje, 10h, no Palácio do Planalto. Não faltam assuntos, mas certamente vai ser discutida a questão do déficit zero em 2024.

Governo corre contra o tempo na tentativa de aprovar leis e projetos orçamentários até o fim do ano. Para completar, há discussão sobre pagamento de emendas parlamentares e a demora para liberação de cargos por indicação de partidos.

 

PENHORAS – Foi sancionado pelo Governo o chamado Marco Legal das Garantias, estabelecendo regras para o uso de bens como garantia de empréstimos. Vetado trecho que autorizava a tomada de veículos sem autorização da Justiça.

As novas regras estabelecem condições para a realização de penhora, hipoteca ou transferência de imóveis para pagamentos de dívidas. A equipe econômica do Governo acredita que as medidas podem estimular o mercado de crédito.

 

GUERRA – Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, preside hoje, às 15h, pela última vez, em Nova York (EUA), mais uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). A partir de amanhã (1º) a China assume essa presidência.

Não há esperança de que ocorra consenso no Conselho para divulgação de comunicado sobre a guerra Israel x Hamas.

Forças de Defesa de Israel anunciaram ter atacado 300 alvos ligados ao Hamas, por terra, ar e mar. A ocupação da Faixa de Gaza se intensifica, com muitas mortes.

 

ARGENTINA – Questão dos combustíveis na Argentina se agrava. Em Buenos Aires, postos já estão sem gasolina ou com longas filas. A crise prejudica ainda mais a imagem do governo antes do segundo turno das eleições presidenciais, marcadas para 19 de novembro.

 

SECA – Estado do Amazonas registrou 236 queimadas no domingo (29), segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Capital Manaus foi atingida ontem por onda de fumaça.

 

VENEZUELA – Suprema Corte de Justiça da Venezuela suspendeu o resultado da votação organizada pela oposição para escolher um candidato à presidência. A vencedora foi Maria Corina Machado, ex-deputada, que está impedida de ocupar cargos públicos nos próximos 15 anos, por decisão do governo autoritário.

Estados Unidos “vão tomar medidas” se o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, descumprir o acordo alcançado com a oposição, para a realização de eleições livres.

 

BC – Presidente Lula vai indicar hoje dois novos diretores para o Banco Central (BC). Paulo Pichetti é professor na Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), com experiência em temas como métodos quantitativos, greves, teoria dos jogos e econometria. Rodrigo Teixeira é funcionário de carreira do Banco Central, com mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo.

Os nomes serão encaminhados para sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

 

EMPREGOS FORMAIS – Saldo dos empregos formais de setembro no Brasil fechou em queda de 23,8% comparado ao mesmo mês do ano passado, quando foram criados 278.023 postos formais no país. O resultado também ficou abaixo das 219.330 vagas registradas em agosto deste ano — queda de 3,4%.

O saldo dos empregos com carteira assinada em setembro alcançou 211.764 postos de trabalho gerados no mês, resultante de 1.917.057 admissões e 1.705.293 desligamentos.

O acumulado do ano chegou a 1.599.918 postos de trabalho formais gerados. Os dados são do Ministério Trabalho.

Entre os setores, o maior crescimento ocorreu em Serviços, com  saldo positivo de 98.206 postos formais. O segundo maior gerador foi o Comércio, com 43.465 postos de trabalho. Indústria teve saldo de 43.214 postos de trabalho.

 

CONFIANÇA – Índice de Confiança do Comércio, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), recuou pelo segundo mês consecutivo em outubro, para 89,2 pontos (na escala até 200).

“A queda da confiança acende um sinal de alerta. O setor ainda não parece ter sentido os efeitos do início do ciclo de redução de juros e desaceleração da inflação nos últimos meses”, comenta a FGV.

Índice de Confiança de Serviços caiu 1,6 ponto em outubro, para 95,3 pontos (na escala até 200), menor nível desde maio deste ano (92,9 pontos).

 

INFLAÇÃO – Previsão semanal do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do Brasil – caiu de 4,65% para 4,63% neste ano. A estimativa está no Boletim Focus, do Banco Central (BC). Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,9%.

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano ficou em 2,89%. Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) é de crescimento de 1,5%.

Previsão para a cotação do dólar está em R$ 5 para o fim deste ano.

 

HALLOWEEN – Hoje é Dia das Bruxas. Comemoração do Halloween veio para ficar no Brasil. E movimenta o comércio.

 

ECONOMIA – Índice Bovespa, da Bolsa de Valores, fechou ontem em 112.531 pontos, com baixa de 0,68%.

MOEDAS

⬆ Dólar Comercial: R$ 5,04 (+0,69%)

⬆ Dólar Turismo: R$ 5,24 (+1,06%)

⬆ Euro Comercial: R$ 5,35 (+1,15%)

⬆ Euro Turismo: R$ 5,58 (+1,54%).

Por RENATO RIELLA

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