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ago 20 2018

Hospital de Base de Brasília no último estágio da dignidade humana

CARLOS MICHILES

Estive no Hospital de Base nesta quinta-feira. Saí de lá com a péssima sensação de que a elite política brasileira e local carrega fortes pitadas de psicose e maldade disfarçada, porém deliberada, com a saúde do povo.

Sádica, sim. Perversa, com certeza.

Se comparar o estágio do Inferno de Dante com o Hospital de Base do Distrito Federal, as pessoas, feitas de lixo humano que estão entulhadas nos corredores, sequer têm direito ao Purgatório.

Em relação ao Paraíso, pobres coitadas, essas pessoas que estão doentes têm que continuar condenadas ao Inferno.

Enquanto sofrem, os gemidos de dor ecoam pelos corredores, sequer direito a uma cadeira de rodas elas têm.

Macas para carregar seus corpos feridos ou quebrados são disputadas como uma busca de um pote de esperança.

São pessoas jovens, idosas, crianças, pobres, remediadas ou não, que chegam no desespero para serem atendidas. Com perna, braço quebrado, com rins inchados, etc. esperam por atendimento que não vem.

No momento em que estive lá, os computadores estavam off line, sem um raio x, menos ainda uma simples tomografia. A realidade é dantesca.

O que mais me chocou foi ver a situação de brutalizacão a que os médicos e funcionários estão submetidos. Parecem seviciados e tomados pela estupidez desumana que incorporam pelo costume de conviver com a desgraça da dor insocorrivel.

Pior: reproduzem – sem consciência dessa estúpida metamorfose que fazem delas baratas tontas, sem condições de trabalho razoável, tendo que respirar o cheiro de merda e urina que vem do lado de fora, deixadas pelos mendigos e seus trapos. Eles mesmos, uns trapos (u) manos!

E aí!? Só resta esperar por um Godot que salve desse horror surreal.

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