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maio 27 2021

Ícone do samba, Nelson Sargento morre no Rio de Janeiro aos 96 anos com Covid-19

Nelson Sargento, voz elegante de Mangueira, fica imortalizado pelo amor  sincero ao samba | Blog do Mauro Ferreira | G1

Morreu hoje (27) o sambista Nelson Sargento, aos 96 anos, presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira e autor de sucessos como “‘Agoniza, mas não morre”. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), ele morreu às 10h45, no Rio de Janeiro.

Sargento foi diagnosticado com o Covid na sexta-feira (21), quando foi internado no Inca. Além da idade avançada, Nelson também sofreu com um câncer de próstata anos atrás.

Uma de suas últimas aparições em público foi em 12 de fevereiro, no Museu do Samba, em um manifesto em defesa do carnaval — cancelado este ano por causa da pandemia.

Devido a pandemia, a família do sambista informou que não haverá velório e o corpo será cremado em cerimônia restrita.

No dia 26 de fevereiro, o compositor da Mangueira recebeu a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em casa. A primeira dose, em um ato simbólico no dia 31 de janeiro, marcou o início da imunização de idosos.

Segundo os epidemiologistas, nenhuma vacina é 100% eficaz, mas que as chances de alguém que está vacinado pegar é muito menor do que a de quem não foi vacinado. A proteção máxima só é alcançada quando grande parte da população está vacinada e o vírus para de circular.

“As pessoas têm muita dificuldade de entender qual é a função de uma vacina”, diz Natalia Pasternak, bióloga e divulgadora científica brasileira, fundadora e primeira presidente do Instituto Questão de Ciência. “Elas acham que a vacina é mágica. Ou seja, tomou a vacina, está protegido; não tomou, vai ficar doente. Não é assim que vacinas funcionam.”

Grande representante do samba, Nelson Sargento foi cantor, compositor, pesquisador, artista plástico, ator e escritor.

Nascido em 25 de julho de 1924, na Praça 15, região central do Rio de Janeiro, Nelson Mattos ganhou o apelido de Nelson Sargento depois de uma rápida passagem pelo Exército.

Foi ainda na adolescência que ele despontou na música. Mas foi apenas com 31 anos que o torcedor do Vasco da Gama compôs seu primeiro trabalho de sucesso.

Ao lado de Alfredo Português, em 1955, Sargento escreveu ‘Primavera’, samba-enredo que também ficou conhecido como ‘As quatro estações’. Até hoje, muitos consideram um dos sambas mais bonitos de todos os tempos.

Nos anos 60, Sargento integrou o grupo A Voz do Morro, ao lado de Paulinho da Viola, Zé Kéti, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, José da Cruz e Anescarzinho.

Entre seus parceiros de composição musical, estão Cartola, Carlos Cachaça, Darcy da Mangueira, João de Aquino, Pedro Amorim, Daniel Gonzaga e Rô Fonseca.

O mestre do samba ainda escreveu os livros “Prisioneiro do Mundo” e “Um certo Geraldo Pereira”.

No cinema, ele atuou nos filmes “O Primeiro Dia”, de Walter Salles e Daniela Thomas, “Orfeu”, de Cacá Diegues, e “Nélson Sargento da Mangueira” de Estêvão Pantoja. Esse último rendeu ao sambista o prêmio Kikito, no Festival de Gramado, pela melhor trilha sonora entre os filmes de curta metragem.

Com informações de G1

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