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set 28 2023

Índice de Preços ao Produtor (IPP) sobe 0,92% em agosto

Em agosto de 2023, os preços da indústria variaram 0,92% frente a julho, voltando ao campo positivo depois de seis meses. Nessa comparação, 12 das 24 atividades industriais tiveram variações positivas de preço. O acumulado no ano foi de -6,32%, a variação negativa mais intensa para um mês de agosto desde o início da série histórica, em 2014. O acumulado em 12 meses ficou em -10,51%.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas.

As quatro maiores variações no indicador mensal foram: refino de petróleo e biocombustíveis (7,52%); indústrias extrativas (6,56%); vestuário (5,89%); e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-2,79%).

Refino de petróleo e biocombustíveis foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação entre os preços de agosto e os de julho. A atividade foi responsável por 0,72 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de 0,92% da indústria geral. Ainda neste quesito, outras atividades que também sobressaíram foram indústrias extrativas, com 0,30 p.p. de influência, metalurgia (-0,17 p.p.) e vestuário (0,10 p.p.).

O acumulado no ano foi de -6,32%. A título de comparação, no último ano (2022) a taxa acumulada até o mês de agosto havia sido de 7,99%. O acumulado até agosto de 2023 foi o resultado negativo mais intenso para um mês de agosto desde o início da série histórica, em 2014.

As maiores variações acumuladas no ano entre as atividades foram: refino de petróleo e biocombustíveis (-19,98%), outros produtos químicos (-17,35%), papel e celulose (-16,89%) e vestuário (15,47%).

Já as principais influências vieram de refino de petróleo e biocombustíveis: -2,39 p.p., outros produtos químicos: -1,52 p.p., alimentos: -1,43 p.p. e papel e celulose: -0,57 p.p.

O acumulado em 12 meses foi de -10,51% em agosto. No mês anterior, este mesmo indicador havia registrado taxa de -14,02%. Os setores com as quatro maiores variações de preços na comparação de agosto com o mesmo mês do ano anterior foram: outros produtos químicos (-30,75%); refino de petróleo e biocombustíveis (-29,75%); vestuário (17,65%); e metalurgia (-14,09%).

Os setores de maior influência no resultado agregado foram: refino de petróleo e biocombustíveis (-3,88 p.p.); outros produtos químicos (-3,07 p.p.); alimentos (-1,80 p.p.); e metalurgia (-0,89 p.p.).

Entre as grandes categorias econômicas, o resultado de agosto repercutiu assim: 0,04% de variação em bens de capital; 1,54% em bens intermediários; e 0,18% em bens de consumo, sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis foi de 0,16%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis foi de 0,18%.

A principal influência veio de bens intermediários, cujo peso na composição do índice geral foi de 55,48% e respondeu por 0,85 p.p. da variação de 0,92% nas indústrias extrativas e de transformação.

Em termos de influência no acumulado no ano, bens de capital foi responsável por -0,13 p.p. dos -6,32% verificados na indústria geral até agosto deste ano. Bens intermediários, por seu turno, respondeu por -5,42 p.p., enquanto bens de consumo exerceu influência de -0,78 p.p. no resultado agregado da indústria, influência que se divide em 0,10 p.p. devidos às variações nos preços de bens de consumo duráveis e -0,88 p.p. causados pelas variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado em 12 meses, a variação de preços de bens de capital foi de 1,11% em agosto/2023. Os preços dos bens intermediários, por sua vez, variaram -15,55% neste intervalo de um ano e a variação em bens de consumo foi de -4,21%, sendo que bens de consumo duráveis apresentou variação de preços de 2,41% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis de -5,48%.

O resultado de bens de consumo, em particular, foi influenciado em 0,13 p.p. por bens de consumo duráveis e em -1,58 p.p. por bens de consumo semiduráveis e não duráveis, este último com peso de 82,90% no cômputo do índice daquela grande categoria.

Pelo segundo mês consecutivo e a sexta vez no ano, a variação de preços na comparação mês contra mês anterior foi positiva, em agosto em 6,56%. Com isso, o acumulado no ano inverteu a tendência anterior e está em 5,02%. Por sua vez, o acumulado em 12 meses foi a -10,99%, 17,33 p.p. maior que o observado em julho.

Depois de três meses consecutivos, em agosto, a variação de preços do setor, na comparação mensal, voltou ao patamar positivo, 0,08%. Com isso, o acumulado no ano ficou em -5,91% e o acumulado em 12 meses -7,63%.

A alimentos é a atividade de maior peso no IPP, 24,27%, e o comportamento de seus preços gerou a terceira maior influência tanto no acumulado no ano (-1,43 p.p., em -6,32%), quanto no acumulado em 12 meses (-1,80 p.p., em -10,51%).

Dois produtos (“carnes de bovinos congeladas” e “sucos concentrados de laranja”) aparecem tanto em destaque em termos de variação quanto de influência, sendo que a direção do comportamento dos preços é distinta: os preços de “carnes de bovinos congeladas” caíram, os de “sucos concentrados de laranja”, subiram.

Depois de oito resultados negativos na comparação mensal, em agosto os preços do setor tiveram um aumento de 7,52%. Com isso o acumulado no ano, que era de -25,58% em julho, ficou em -19,98%. O acumulado em 12 meses, por sua vez, ficou em -29,75%, uma diferença de 9,49 p.p. em relação a julho.

O destaque dado ao setor se deve ao fato de ser a primeira variação tanto no indicador mensal, quanto no acumulado no ano, sendo a primeira positiva e a segunda negativa. Também é negativa a variação na perspectiva no indicado dos últimos 12 meses, e, nesse caso, é a segunda mais intensa. Na influência, é a primeira nos três indicadores (mensal: 0,72 p.p., em 0,92%; acumulado no ano: -2,39 p.p., em -6,32%; e no acumulado em 12 meses: -3,88 p.p., em -10,51%). Em termos de peso atual, é o segundo maior, 10,24%.

Em agosto, a variação de preços da atividade foi de -2,67% em relação ao mês anterior, quarto resultado negativo consecutivo observado neste indicador e a maior queda desde setembro de 2022 (-3,77%). Foi a terceira principal influência no resultado geral da indústria (-0,17 p.p. em 0,92%), sendo a única negativa dentre as que se destacaram.

Em 2023, os preços da atividade acumulam, em média, uma queda de 7,45%. E nos últimos 12 meses, o setor acumula uma redução de 14,09% no período, fazendo com que a atividade seja destaque também no indicador dos últimos 12 meses, apresentando a quarta variação mais intensa, assim como a quarta principal influência (-0,89 p.p. em -10,51%), dentre as 24 atividades pesquisadas no IPP.

O setor tem sido influenciado, principalmente, pelos grupos econômicos dos metais não ferrosos (cujas variações costumam estar ligadas às cotações das bolsas internacionais e têm sido impactadas, principalmente, pelos menores preços do alumínio e pela apreciação acumulada do real frente ao dólar) e o de siderurgia, que é afetado, principalmente, pela recomposição de estoques na cadeia do consumidor e pelos preços dos minérios de ferro (aqui vale destacar que a baixa demanda por produtos de aço mais que compensou a alta observada nos minérios de ferro nos últimos meses).

Fonte: Ascom/IBGE

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