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set 13 2015

LIÇÃO DE DIGNIDADE PARA LULA

RENATO RIELLA

Quando vejo o Lula, caindo aos pedaços, mas insistindo em ocupar espaço, lembro de uma história fantástica, que já repeti em muitas palestras e artigos.

O personagem é Raul Plasmann, o goleiro mais bonito do futebol brasileiro, tanto que tinha o apelido de Wanderleia (em homenagem à princesinha do ye-ye-ye). Mas não é gay, não!

Na década de 80, Raul já estava com 40 anos. Tinha acabado de ser campeão mundial pelo Flamengo, naquele time que escalava Zico, Júnior, Nunes, etc.

Semanas depois da grande conquista, Raul estava jogando numa quarta-feira à noite, chovendo, num campo desses tipo Olaria, perdendo de 2×0 para um time de periferia formado de veteranos pobres, que ele tratava com o maior respeito, pois é um grande ser humano.

O time do Flamengo só tinha Raul como titular. Os outros craques estavam descansando, substituídos por garotos reservas.

No início do segundo tempo, molhado e de saco cheio, Raul olhou para a arquibancada de apenas mil pessoas, para o gramado cheio de pernas-de-pau, e falou alto para si mesmo: “O que é que eu estou fazendo aqui?”

Pediu para ser substituído por um goleiro garotão, que deve ter tomado mais alguns gols. Depois disso, Raul nunca mais entrou em campo.

Tinha bom padrão de vida e ainda se transformou em ótimo comentarista esportivo, com grande valorização (ah! parece que andou desfilando como modelo, também).

Isso se chama dignidade.
Será que é pedir demais?

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