Sabendo que pode ser preso a qualquer momento, e que sua candidatura está inviável, o ex-presidente Lula deu longa entrevista na Folha de S. Paulo.
Ele jogou inferno para todo lado, mas no final prejudicou o PT, que fica mais distante das outras forças políticas brasileiras com as quais poderia se aliar na eleição.
Nos próximos dias, o Tribunal Federal de Recursos-4, de Porto Alegre, quase certamente deve rejeitar os embargos apresentados pela defesa de Lula. Nesse caso, segundo a sentença, a prisão é imediata.
Lula conta ainda com o julgamento de um habeas corpus preventivo no Superior Tribunal de Justiça, mas a previsão nesse caso é de mais uma derrota.
Para completar, ontem, o Supremo Tribunal Federal reafirmou que, pela Lei da Ficha Limpa, Lula será inelegível na hora em que tentar registrar a candidatura. Assim, o mais prudente seria o PT nem tentar passar por esse desgaste, arranjando logo outro candidato.
Com tanta perspectiva ruim, o eterno candidato do PT atacou o presidente Michel Temer, fechando a perspectiva de um acordo com o MDB.
Detonou o raivoso candidato do PDT, Ciro Gomes.
E acusou a TV Globo de tentar um golpe contra Temer, entre outros ataques incompreensíveis para quem está fragilizado.
Tudo indica que março entrará na história como o ano da prisão de Lula. Resta saber por quanto tempo esta prisão perdurará. Nesse caso, ele poderá entrar com um habeas corpus bem concreto no Supremo Tribunal Federal, onde o resultado pode lhe ser favorável.
Por enquanto, Lula pode reagir como quiser, mas candidato não será. A Lei da Ficha Limpa é imexível. (RENATO RIELLA)