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abr 19 2024

Mais de 85% dos reajustes salariais em março ficaram acima da inflação

O desempenho das negociações de março de 2024, registradas no Mediador até 9 de abril, apresenta semelhanças com o observado nas duas datas-bases imediatamente anteriores, considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como valor de referência da inflação.

As três primeiras data -bases do ano registraram resultados acima da inflação em mais de 85% dos casos; iguais ao índice inflacionário em cerca de 10%; e inferiores ao INPC em percentuais abaixo de 5%, com menor incidência em janeiro (2,8%).

Um fator importante para o desempenho das negociações no começo de ano foi a valorização do salário-mínimo em janeiro (6,97% sobre o valor vigente desde maio de 2023). Algo em torno de um quarto das negociações do primeiro trimestre registrou reajustes em percentuais entre 6,5% e 7,5%, resultando em ganhos reais que variaram entre 2,8% e 3,6% acima da inflação

A variação real média dos reajustes de março é, no momento, igual a 1,52%. E com a incorporação de novos resultados das datas-bases de janeiro e fevereiro, os valores reais médios correspondentes a esses meses sofreram leve redução: em janeiro caiu de 1,91% para 1,81%; e em fevereiro, de 1,63% para 1,57%, na comparação com o publicado no boletim anterior
Com a desaceleração da inflação, observada no último mês, o valor do reajuste necessário para as categorias com data-base em abril (e que utilizam o INPC como referência da variação dos preços) caiu de 3,86%, válido para as negociações de março, para 3,4%.
Apenas uma negociação de março (0,5% do total na data-base) fechou acordo de reajuste salarial com parcelamento. As demais definiram reajustes em uma única parcela.
No acumulado no primeiro trimestre do ano, ganhos reais foram registrados em 86,1% dos 1.825 resultados analisados até 9 de abril. Reajustes equivalentes ao INPC foram observados em 10,7% dos casos, enquanto os demais 3,2% conseguiram apenas resultados abaixo da variação do índice inflacionário. A variação real média em 2024 é, no momento, igual a 1,75%
No recorte setorial, as negociações na indústria seguem com os maiores percentuais de reajustes acima da inflação em 2024 (88,0%), seguidas de perto pelos serviços (86,9%). No comércio, aumentos reais foram registrados em 76% dos casos.
No recorte geográfico, todas as regiões conseguiram aumentos reais nos salários em mais de 80% das negociações salariais, com maior frequência no Sudeste – onde são observados em quase 90% dos casos – e no Sul – em 88% dos acordos e convenções coletivas. No Norte, apesar do bom desempenho da região, resultados abaixo do INPC foram registrados em percentual maior do que nas demais regiões.
Os maiores pisos salariais médios e medianos negociados em 2024, até o momento, são os da região Sul (respectivamente R$ 1.730,01 e R$ 1.680,00); e os menores, do Nordeste (respectivamente R$ 1.556,60 e R$ 1.450,00).
Fonte: Ascom Dieese

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