O Memorial dos Povos Indígenas (MPI) celebra o mês em que se comemoram os direitos e a memória das nações originárias. Hoje (19) , Dia do Índio, workshop de pintura corporal indígena.
A programação culmina no aniversário de Brasília (21) com o evento Feira Colaborativa, em que artistas dos povos originários vão apresentar narrativas orais e escritas, cantos e danças rituais, artesanato e amostras de sua culinária. Em torno dessas atividades, segue em cartaz a exposição Artes para Descobrir as Culturas Indígenas, com cinco instalações audiovisuais e visitas guiadas.
O gerente do MPI, David Terena, que também carrega no sobrenome sua etnia, valoriza a programação de abril. “É com muita alegria que nossa equipe produz essas comemorações de qualidade”.“
Essa programação no MPI é especialíssima para a Secretaria de Cultura e Econo mia Criativa do DF porque estamos diante de um espaço único e sagrado da nossa formação como brasileiros”, destaca o secretário Bartolomeu Rodrigues.
Caminhando pelo MPI, ele aponta as melhorias de acessibilidade, o piso novo, o sistema anti-incêndio. David sonha alto e pensa no MPI com mais estrutura de pesquisa, um centro de referência em história, antropologia, restauração.
Educadora, Nívia defende a criação de um Dia Universal da Cultura Indígena, por considerar que o Dia do Índio, como reza o calendário, mantém uma imagem estereotipada e folclórica dos povos originários. “O índio pode sair da situação de aldeia, ir para a universidade, ir para onde quiser. Não vai deixar de ser índio por isso”, argumenta.
O público é convidado a conhecer as cinco instalações da mostra Artes para descobrir as culturas indígenas, que estreou no último dia 12 e fica em cartaz até segunda-feira (25). Uma delas, Retratos Invisíveis, exibe vídeo de mulheres dos povos originários imersas em suas comunidades e em interações simbólicas.
Aguardando dois ônibus de estudantes de escola pública, a professora da Secretaria de Educação e participante do projeto Territórios Culturais, Karine Rocha, destaca o papel do MPI na sensibilização para as pautas indígenas. “A grande maioria nunca tinha vindo aqui antes”, afirma. Ela costuma recebê-los na rampa do edifício construído em 1987 e projetado por Oscar Niemeyer a partir de concepção do antropólogo Darcy Ribeiro.
Com ela, os estudantes aprendem que a rampa de acesso ao espaço evoca um rio com seu desenho sinuoso, que suas luzes intensas ecoam o papel de um memorial que, diferentemente de museus, trata de questões presentes e descobrem a riqueza do patrimônio indígena, com sua arte plumária, cestaria, cerâmicas, línguas e ritos.
As apresentações na Feira Colaborativa vão avançar para além das tradicionais vendas de artesanato e exposições. Pretendem atualizar a imagem que o público costuma ter dos povos originários.
Confira a programação a seguir:
Dia 21
Feira Colaborativa
10h às 17h – Com shows de Nubia Batista, Eliaquim Camilo, Natasha Barros e Gilberto Cruz
Dia 22
10h às 17h – Com shows de Mirim Ju Yan Guarani, Ian Wapichana, Gilberto Cruz e Oziel João Filho. Exposição Artes para Descobrir as Culturas Indígenas
Dia 23
10h às 17h – Com shows de Kumuu Dan Wapichana, Heloísa Cruz de Araújo, Nívia Costa e Kessia Daline. Exposição Artes para Descobrir as Culturas Indígenas
Dia 24
10h às 17h – Com shows de Waurá, Ybá Sanenawa, Fernando Gomes e Javier. Exposição Artes para Descobrir as Culturas Indígenas
Telefones: (61) 3344-9272 / 3344-1154 / 3306-2874
e-mail: mpi@cultura.df.gov.br
Fonte: Secec-DF