Tenho dito a candidatos:
-Cuidado com a Internet!
As redes sociais, principalmente Facebook, destroem rapidamente qualquer candidatura.
A exposição precoce leva esses candidatos a ampliarem este risco.
Por exemplo: o político faz um filminho bonitinho, perfeitinho, sobre o Dia das Mães, para divulgar na Internet. Aí um inimigo entra com um comentário: “Preocupa-se com a mãe dos outros, mas não cuida da própria!”
Coisas desse tipo são difíceis de recuperar.
Mas os marqueteiros ganham por produção. E querem produzir – para brilhar e ganhar.
O Facebook destrói cem vezes mais do que constrói uma candidatura.
Ensino que a exposição direta desgasta e eleva a rejeição do nome. Muitas vezes “queima”.
Até porque as mensagens são sem inteligência e com pouca originalidade. No aniversário de Brasília, não vi um filmete bom de qualquer candidato. Todos na beira do “péssimo”. Ninguém ganhou votos com esse tipo de produção.
Os deputados distritais são os que mais erram. Quase todos fazem comunicações nas redes sociais falando das suas emendas. Ora, para o povo, emenda é sinônimo de “remendo” de roupa.
Vejo pessoas importantes terem seus aniversários comemorados no Facebook, mas os políticos perdem a oportunidade de fazer comentários legais, pegando carona no prestígio dos outros.
No meu aniversário, em março, tive milhares de participações. Praticamente nenhum político pegou carona nesse “prestígio” facebuquiano.
Esta é a exposição indireta. Se bem aproveitada, a presença nas postagens dos outros fortalece a imagem do candidato em públicos diversos.
Por exemplo: entre numa postagem minha interessante e me cumprimente como amigo – mesmo que ainda não seja…Assim, vai se credenciar junto ao meu público de cinco mil “amigos” bem situados na vida. É um truque válido.
Outra solução é conseguir amigos que lancem sua candidatura. Mais ou menos assim, de forma disfarçada: “Estou sabendo que meu amigo Caracacá vai ser candidato a distrital. Vamos lá, Caracacá! Conte com meu apoio!” E uma foto dos dois em posição descontraída. Etc.
Concluindo: a campanha deste ano ainda será bem tradicional. Todo candidato terá de gastar sola de sapato. Precisará ter material impresso inteligente e na medida certa.
O maior valor de uma campanha eleitoral, hoje, é agenda.
O candidato que não tiver, já hoje, dez eventos por dia, estará perdendo tempo e conquistando poucos votos.
Mais tarde virá a propaganda eleitoral, etc, mas neste momento já existe muito espaço de trabalho.
Não pendure sua campanha em rede social.
Rede social, se usada com responsabilidade, serve mesmo para aumentar o índice de conhecimento do indivíduo, mas pode ser um conhecimento negativo.
Portanto, garotada, cuidado!
(RENATO RIELLA)
