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jun 15 2021

Morre o pioneiro Tião Padeiro, fundador da Pastelaria Viçosa

Tião Padeiro – BSB 60

O fundador da Pastelaria Viçosa, Sebastião Gomes da Silva, morreu hoje (15), aos 92 anos. De acordo com a Pastelaria, o Tião Padeiro, como era conhecido, não resistiu à uma internação para tratar de complicações de saúde; ele tinha diabetes e fazia hemodiálise.

Mineiro, Tião Padeiro foi criado em uma fazenda de plantação de milho e feijão, mas não seguiu o ramo da agricultura. Entre vários bicos, ele chegou a abrir bar e restaurante em Belo Horizonte. Em pouco tempo, decidiu seguir outra carreira. Foi até o Rio de Janeiro e se aventurou na carreira de ator junto à esposa Ivanildes, mas desistiu após ver o dia a dia da profissão.

No entanto, foi no Rio que ele viu, no cinema, um trailer que mostrava o começo de Brasília: pessoas animadas indo para o que viria ser a nova capital. Ele propôs à esposa que mudassem para lá, plano que foi concretizado em 1957, quando Tião tinha 28 anos. Em um depoimento, ele chegou a dizer que a vida era “comer, dormir e trabalhar”.

Em pouco tempo, ele se aventurou a servir pão com manteiga aos pioneiros. O negócio deu certo e ele abriu uma padaria em Sobradinho. Tudo mudou, no entanto, quando Tião e a esposa perderam um ônibus para ir até Belo Horizonte e, com fome, comeram um pastel de um ambulante que vendia os produtos em uma cesta — era o futuro sócio de Tião, Eugênio Apolônio. O mineiro propôs uma sociedade a Eugênio, que aceitou.

A unidade mais famosa da pastelaria, na Rodoviária do Plano Piloto, começou, em 1960, em um espaço de 2,5 m², com uma fritadeira e uma máquina de caldo de cana. Nascia a Pastelaria Viçosa, a mais tradicional da cidade. De acordo com a assessoria, o negócio chegou a vender, no início, cerca de 40 mil pastéis por dia. Passaram no local o ex-presidente da República Juscelino Kubitschek, ainda no começo, seguido por operários, artistas e outros políticos, inclusive presidentes da última década — Dilma Rousseff, Michel Temer — e o atual, Jair Bolsonaro (sem partido).

Tião ainda abriu outros empreendimentos, começou a cultivar a própria cana, e passou a vender pastéis para outros negócios. De acordo com a Pastelaria, são mais de mil revendedores fora do Distrito Federal.

Em um vídeo gravado para uma campanha do empreendimento, ele diz que Brasília mostrou ao mundo o poder do país. “Eu vi tanta coisa. Qualquer coisa que você me perguntar de Brasília eu vi. Entreguei pão em todas as obras. Hoje Brasília mostra ao mundo que tem um país na América do Sul que tem poder e que terá ainda mais”, dizia Tião.

“Eu me sinto orgulhoso, cheio de vaidade de ter ajudado a fazer Brasília. Eu dei à cidade o que eu pude, onde eu passei, eu ajudei. Faria tudo de novo. Hoje eu tenho uma esperança só: fazer o mundo melhor, todo dia”.

Com informações de Correio Braziliense

Foto: Reprodução

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