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mar 26 2022

NARRATIVAS, UMA PRAGA SEM VACINA

Covid, guerra, dengue, drogas, tsunami, meteoro, falta ou excesso de fé, e fome. Eis as pragas da nossa geração.

Acompanhamos esses males a partir das publicações da extrema imprensa – e das redes sociais.

 

Mas afirmo: a grande praga da nossa geração é a narrativa.

 

O grau de verdades que chega até nós hoje é o mais baixo da história da humanidade. Em paralelo, a comunicação ficou imensa, quase universal.

Tenho vergonha de permanecer jornalista.

 

 

MENTIRAS DA GUERRA

Vejam vocês esta guerra. Mais de 80% do que é dito por Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e China é mentira.

 

Cinicamente, os analistas bélicos dizem que, “numa guerra, a primeira vítima é sempre a verdade”.

Mas a gente é monstruosamente incompetente para descobrir os 20% de informação real.

E os correspondentes de guerra arriscam a vida para manipular informações. Coitados! Podem morrer por nada!

 

 

OS BURACOS DA COVID

No caso da Covid-19, o grau de informação falsa foi enorme.

Fomos enganados nos lockdowns, na proibição do tratamento precoce, no fechamento das escolas, no índice de mortalidade e até nas vacinas (quatro doses), que vivem cercadas de imperfeições nas palavras dos cientistas.

 

Vivemos tempos em que a informação é nada confiável, inclusive na economia. Cada um mente para um lado.

 

 

PROIBIDO FALAR

Comunicadores responsáveis e independentes podem ser condenados se levantarem dúvidas sobre falsas verdades.

 

Imagine se alguém tem coragem de dizer que a maioria dos infectologistas da TV chuta, chuta e chuta – mais do que aquele ex-jogador chamado Neto.

 

Há pouco, uma infectologista vedete estava condenando a suspensão das aulas por dois anos – que ela tanto defendeu na TV como medida salvadora.

 

Tem outra infectologista global que é a imagem perfeita da madrasta da Branca de Neve. Tenebrosa! Torço pelo fim da covid para que ela desapareça pra sempre (mas pode virar Ministra da Saúde do Lula).

 

O brilhante jornalista Marcelo Tognozzi me lembra que “a narrativa foi o combustível das fogueiras da Inquisição”.

Tudo bem! Mas agora é o combustível das irresponsabilidades coletivas.

 

 

BRASIL PRAGMÁTICO

Há pouco me perguntaram sobre o papel do Brasil nessa guerra.

Respondi: “Para o Brasil, a guerra Ucrânia x Rússia, e mais EUA, é briga de branco. Não devemos passar nem perto”.

Isso mesmo… Por que se meter, se não sabemos as verdades sobre este conflito?

 

Assustei o interlocutor. Mas esta não é uma frase racista. É uma afirmação histórica baiana, que começou a ser usada pelos pretos na escravidão e depois foi assumida pela população em geral.

 

Quando dois senhores estavam se matando, os negros falavam rindo, com sabedoria. “Vamos ficar de fora. Isso é briga de branco”.

 

O Brasil pensa dessa forma.

Nossa diplomacia, orientada pelo Presidente Bolsonaro, faz apelos pela paz, recebe simbolicamente dois caminhões de refugiados, mas olha de longe a “briga de branco”. E só quer tirar lucro nessa confusão.

 

Isso mesmo. Que o dólar caia, que a Rússia nos venda clandestinamente fertilizantes, que a Ucrânia nos forneça trigo por baixo do pano…e tomara que os Estados Unidos se ferrem. E que Macron perca a eleição.

 

 

DIREITA E ESQUERDA, IGUAIS

No plano pessoal e político, e também na comunicação brasileira, as narrativas de esquerda e direita têm o mesmo grau de mentira das narrativas da guerra.

Mas a gente nem pode dizer que isso é “briga de branco”, porque o destino do nosso Brasil está em jogo.

 

O pior é o julgamento dos “amigos”.

A gente não pode tecnicamente defender isso ou aquilo, pois os seres democraticamente sem argumento logo nos rotulam como bolsonaristas (ou mesmo esquerdistas).

 

Há algum tempo, resolvi vestir uma camisa caríssima que ganhei dos meus enteados. Cheguei todo bonito num aniversário e o meu amigo Filippelli falou baixinho: “Camisa vermelhinha…” Só faltou me chamar de comunista.

 

Nós, pessoas comuns, não temos direito a narrativas.

 

Lidamos com a vida real. Mas ficamos pasmos quando o pessoal do Ministério Público não se manifesta sobre a condenação do procurador Dellagnol.

Porém, se a gente se pronunciar, seremos rotulados de isso e aquilo pelos manipuladores de narrativas.

 

 

COMO COMBATER NARRATIVAS?

Será que existe vacina contra narrativa? Será que algum dia haverá uma lei contra narrativas?

 

Enquanto isso, na maioria das vezes, ficamos calados.

 

Todo dia vemos barbaridades. Nem falei dos “sinistros” do STF…

 

Sofremos na “solidão das verdades”.

(RENATO RIELLA)

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