Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 124 mil jovens do Distrito Federal não trabalhavam e nem estudavam em 2019. Conhecidos como “jovens nem-nem”, o grupo representa 17,3% dos 715 mil moradores com idades entre 15 e 29 anos. A média nacional é de 23,1%.
Os dados fazem parte de um recorte regional inédito da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Educação, divulgada nesta semana, com base em dados do ano passado. Esta é a primeira vez que o levantamento divulga um panorama das unidades da federação. Antes, eram analisados apenas números por região.
O estudo considera pessoas que estão fora do mercado de trabalho em qualquer modalidade, inclusive sem emprego informal. No ensino, eles também não frequentam nenhum tipo de curso como pré-vestibular e profissionalizante.
De acordo com a pesquisa, o DF possui a terceira menor taxa de “jovens nem-nem” em todo o país. A capital fica atrás do Rio Grande do Sul, que tem taxa de 14,2% (335 mil pessoas) e Santa Catarina, com 12,7% (194 mil jovens). O índice nacional é de 22,1%. Alagoas lidera o ranking.
A analista Michella Reis, do IBGE, explica que diversos fatores podem influenciar na taxa de jovens sem uma ocupação, como trabalho e estudo.
“Quando a gente fala que 17,3% dos jovens não trabalham e não estudam, não significa que não desejam trabalhar ou estudar. Uma das possibilidades mais comuns é o cuidado de pessoas e atividades domésticas, que é uma outra forma de trabalho, que não é remunerada”, disse.
A analista explica ainda que a maior parte de jovens nessa situação é formada por mulheres (21,1%). Veja o recorte por gênero e cor:
- Negros: 19,2%
- Brancos:14,4%
- Homens: 13,4%
- Mulheres: 21,1%
Ainda de acordo com a analista, “quanto mais jovem, maior pode ser a dificuldade em conseguir emprego”.
“Em geral, é mais difícil para o jovem conseguir emprego, seja porque ainda não tem muita experiência ou a empresa também entende que isso gera um custo maior, porque precisa capacitá-lo”, afirma.
Michella comenta ainda que, dentro do grupo dos chamados jovens “nem-nem”, há a população “em situação de desalento”. “Nós chamamos de desalentados aqueles que procuraram por emprego, mas não conseguiram e então, param de buscar”.
Neste ano, o mais recente levantamento da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), com dados de maio, estima que a taxa de desemprego no DF, em todas as faixas etárias, é de 21,3%. Ou seja, afeta 315 mil pessoas – acima do observado em maio de 2019, quando o total era de 333 mil desempregados (19,4%).
Com informações de G1