RENATO RIELLA
As pessoas comuns me perguntam a todo momento: Dilma Rousseff cai ou não cai? Raramente tenho tempo de explicar, mas há complexas interpretações desse fato.
Seria muito fácil tirar Dilma Rousseff e Michel Temer do Palácio do Planalto, mas ninguém é maluco de entregar a Presidência da República para o alucinado presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha.
Portanto, quem anda me perguntando coisas, fique sabendo: garanto que a hipótese da nova eleição não vinga. Para isso, Eduardo Cunha teria de assumir o Planalto durante alguns meses e, nesse caso, todos sabem que o estrago poderá ser enorme, devastador.
A hipótese do impeachment também parece inviável. Não vejo possibilidade de ocorrerem 342 votos na Câmara pela cassação do mandato de Dilma.
Eduardo Cunha não tem, no momento, domínio sobre dois terços da Casa, para conseguir o impeachment. E ainda há o jogo dissimulado de Renan Calheiros no Senado…
Dito tudo isso, Dilma Rousseff vai levando. No entanto, teremos uma manifestação monstruosa no próximo domingo, em quase todas as capitais e nas principais cidades brasileiras.
Esse protesto democrático pode levar a presidente a desabar mais ainda nas pesquisas de opinião. Hoje ela tem apoio declarado de menos de 8% da população. Esse número diminuto deve diminuir. E aí, pessoal, como fica?
Muita gente admite que, depois dos protestos do próximo dia 16, pode ocorrer um grande acordo pela renúncia de Dilma Rousseff, envolvendo forças diversas da política, inclusive o PSDB.
A situação política, refletindo-se na economia é dramática, quase calamitosa. Alguma coisa vai acontecer.
No entanto, amigas e amigos, há um fator antecipado por mim nesses humildes escritos, no dia 20 de junho passado, que tende a influir em diversas decisões.
E este fator se chama José Serra, preparado pelo PMDB para vencer as próximas eleições presidenciais – quando estas ocorrerem.
Não se iludam. Quando os tucanos se mantêm cautelosos, sem defender graves mudanças, eles temem que ocorra uma eleição para garantir a vitória peemedebista com Serra.
Quem sabe, para todos esses oposicionistas, não seja mais prudente deixar Dilma Rousseff sangrando, junto com o Brasil, até 2018?
Com Temer ou com Serra, o PMDB está pronto para finalmente assumir o poder.
Em resumo, não se iludam: todos os políticos estão pensando somente nas próximas eleições – a gente que se ferre.
