Numa cidadezinha de Minas, chegou um rapaz interessante, que estudou na capital. Ele sabia muitas coisas.
Destacou-se na igreja, era admirado pelos jovens, organizou eventos bem sucedidos…tornou-se exemplo de pessoa bem preparada para a vida.
Morava com a mãe, numa casa típica, que tinha imensa área agregada. E criava um cavalo de ótimo desempenho.
Ah! Sim! O nome do rapaz?
O nome dele era Pedro Parente – embora só tivesse como parente a própria mãe.
Um dia, nas conversas do único bar local, ele chegou montado no animal e comentou:
-Descobri que o mal deste cavalo é comer muito. Fiz alguns cálculos na última semana e decidi reduzir os alimentos dele em 10%.
Assim por diante, semana a semana, menos 10% de gastos com comida. Pedro Parente mostrava para os amigos a economia feita no período, com a redução gradativa da ração. E garantia: “O desempenho do cavalo evoluiu depois desse regime de economia”.
Numa sexta-feira chuvosa, o brilhante Pedro chegou ao bar a pé, de guarda-chuva e capa. Perguntado, afirmou:
-O cavalo morreu de repente. Decidi dar uma corrida no pasto com ele, hoje de manhã. De repente, estribuchou, balançou, caiu de lado…e apagou para sempre. Vou comprar um Jeep, agora.
Como Pedro Parente era muito respeitado, os amigos procuraram consolá-lo:
-Deve ter sido alguma virose. Será que não foi mordida de cobra? Animal é assim: muito sensível a qualquer coisa.
Hoje, Pedro Parente faz o maior sucesso com o Jeep. Nunca mais quis saber de cavalo, um bicho muito frágil. (RENATO RIELLA)
