A segunda fase da operação Falso Negativo, deflagrada pelo Ministério Público do DF, que prendeu preventivamente o secretário de Saúde, Francisco Araújo (foto), cumpriu também 44 mandados de busca e apreensão e outros de prisão. Entre os detidos estão:
- Ricardo Tavares Mendes – ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde do DF
- Eduardo Hage Carmo – subsecretário de Vigilância à Saúde do DF
- Eduardo Seara Machado Pojo do Rego – secretário adjunto de Gestão em Saúde do DF
- Jorge Antônio Chamon Júnior – diretor do Laboratório Central do DF
- Ramon Santana Lopes Azevedo – assessor especial da Secretaria de Saúde do DF
A decisão que autorizou a operação está em sigilo e é do desembargador Humberto Adjuto Ulhôa, do Tribunal de Justiça do DF.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) disse, à TV Globo, que não teve conhecimento da decisão para analisar seus fundamentos.
Segundo o MPDFT, o objetivo da operação é desmantelar uma suposta organização criminosa instalada dentro da Secretaria de Saúde do DF para fraudar a escolha de fornecedores e superfaturar a compra dos testes, feita com dispensa de licitação. Os investigadores afirmam que o prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 18 milhões.
As apurações, lideradas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Procuradoria-Geral de Justiça do MPDFT, apontam ainda baixa qualidade dos testes, que podem dar falso resultado negativo.
São investigados crimes de fraude à licitação, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem econômica (cartel), organização criminosa, corrupção ativa e passiva.
A operação ocorre em meio a uma polêmica sobre relacionada à divulgação de dados de mortes sobre a Covid-19 na capital. Na semana passada, a Secretaria passou a informar nos boletins diários apenas as mortes ocorridas nas últimas 24 horas, e não as que aconteceram em outros dias mas tiveram a causa confirmada na data.
Em coletiva de imprensa para divulgar a mudança, o secretário de saúde Francisco Araújo disse que os dados de óbitos acumulados causavam “desassossego na população”. Especialistas criticaram a medida.
Com informações de G1
Foto: Renato Alves/Agência Brasília