O governador Rodrigo Rollemberg (PSB), exonerou o diretor-geral do DFTrans, Léo Carlos Cruz, após a Polícia Civil do DF ter cumprido mandado de busca e apreensão na residência dele na manhã de hoje (24). Marcos Tadeu de Andrade – auditor de controle interno de carreira e atualmente controlador-geral adjunto do DF – assumirá o cargo
Os policiais também prenderam temporariamente o diretor responsável pela unidade de controle de bilhetagem automática do DFTrans, Harumy Tomonori Honda. O GDF também afirmou que esse servidor foi exonerado.
Honda foi detido em casa, em Taguatinga. Além da prisão temporária, a Justiça também autorizou cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência dele. Em nota, o DFTrans apontou que “está apurando as informações e não vai se pronunciar neste momento”.
A detenção e o cumprimento dos mandados de busca e apreensão são desdobramentos da operação Trickster – deflagrada na semana passada –, que desmascarou fraudes no Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) do DF e prendeu ao menos 20 pessoas.
A decisão, da 3ª Vara Criminal de Brasília, ocorreu a partir de uma representação da Polícia Civil. O pedido foi elaborado pela Coordenação de Combate à Corrupção (Cecor) e pela Divisão de Repressão a Corrupção e aos Crimes contra a Administração Pública (Dicap).
A estimativa da polícia é de que o grupo tenha desviado R$ 1 bilhão desde 2014. A Justiça autorizou que a investigação tenha acesso ao banco de dados do sistema administrado pelo DFTrans para analisar o tamanho do rombo nos cofres públicos.
As prisões da semana passadas foram feitas no DF, em Valparaíso (GO), na Cidade Ocidental (GO), em João Pessoa (PB) e no Recife (PE). Entre os alvos, estava o auditor fiscal Pedro Jorge Brasil, preso na operação Check List, deflagrada no ano passado. A mulher dele, Hedvane Ferreira, também foi detida.
O auditor é servidor da Secretaria de Mobilidade do DF, com salário líquido de R$ 13.228,46. Ele teria criado empresas fantasmas e se aproveitado da condição de fiscal de atividades urbanas para vincular nestas companhias funcionários falsos que passavam a receber vale-transporte.
Segundo as investigações, Pedro Jorge contava com o apoio de um analista de sistemas, que inseria no sistema do DFTrans as empresas inexistentes, e com o de outros funcionários do DFTrans, que atualizavam senhas de acesso ao sistema.
O grupo descarregava os créditos dos cartões de vale-transporte nos validadores de ônibus que faziam trajetos rurais de forma sequencial e em linhas distintas. A última “equipe”, que transformava créditos fictícios em dinheiro em espécie, tinha pessoas físicas e jurídicas prestadoras do serviço de transporte público.