RENATO RIELLA
Nunca mais se falou na tal aldeia global, mas esta se especializou em criar mitos, trabalhando depois, intensamente, para abalá-los.
É assim com o Papa Francisco. Ele parece perfeito. Até quando?
Há grande necessidade na nossa sociedade de poder acreditar em alguém. Acabamos criando lendas como Michael Jackson, autodestrutivo, ou o poeta da boca calada, Pelé, que é apenas (muito) o maior jogador de bola.
Madre Tereza de Calcutá ou a Princesa Diane, para citar mitos recentes, não tinham verbalização suficiente para impor uma filosofia nova ao mundo ocidental.
Este pode ser o grande papel de Francisco, o Chicão, se a aldeia global não descobrir graves fragilidades no seu perfil (a propósito, pode ser dito que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, em pouco tempo, já tem uma imagem trincada, talvez irrecuperável).
A proposta de franciscanidade é maravilhosa, para se contrapor ao mundo de consumo que fez quebrar os Estados Unidos e a Europa, levando junto consigo gente austera como os japoneses (ou gente pobre, como os brasileiros).
Portanto, a grande reza a ser proferida é: Deus, junto com Jesus Cristo e todos os santos, não nos decepcione com o Papa Francisco. Ele é a última esperança.