
Após quatro anos de retrocesso econômico e social, em 2023, abre-se espaço para a retomada do debate sobre a construção da igualdade entre negros e não negros. O desafio ainda é grande. Até 2022, os números mostram crescimento da precarização na ocupação e queda de renda para toda a população, o que aprofundou a desigualdade racial no mercado de trabalho.
Em 2023, há algumas mudanças. A melhora da atividade econômica no início do ano foi uma surpresa positiva e a expectativa é que o PIB cresça aproximadamente 3%.
Essa recuperação traz impactos positivos também no mercado de trabalho. A taxa de desocupação diminuiu e o emprego formal cresceu. Além disso, a inflação mais baixa e o aumento do salário-mínimo permitiram recuperação dos rendimentos médios dos ocupados.
No entanto, o mercado de trabalho ainda é espaço de reprodução da desigualdade racial. Tanto a inserção quanto as possibilidades de ascensão são desiguais para a população preta e parda. E as mulheres negras acumulam as desigualdades não só de raça, mas também de gênero.