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jul 03 2013

PLEBISCITO É MAIS UM ERRO

 RENATO RIELLA

Em meio a essa crise política que não tem fim, a presidente Dilma Rousseff cometeu pelo menos quatro grandes erros, dos quais o último é esta proposta de realizar um plebiscito sobre a reforma política. O plebiscito já naufragou.

Os outros erros, também inexplicáveis, foram:

  1. Ir ao Estádio Mané Garrincha para ser vaiada.
  2. Propor como destaque num pronunciamento na TV a importação de médicos, quando já se sabia que seriam cubanos, e por isso contestados.
  3. Defender a convocação de mini-Assembleia Constituinte, quando qualquer leigo sabia que isso seria impossível.

 

Será que a proposta do plebiscito não visa somente ocupar as manchetes dos jornais durante alguns dias, na esperança de que as agitações de rua diminuam?

 

Um dos itens que a presidente Dilma tenta discutir, poderá ser rejeitado, quando chegar ao conhecimento das massas. É o financiamento público das campanhas eleitorais.

O povo sabe que o Estado não tem capacidade para fiscalizar nada. Se os candidatos receberem dinheiro do governo, esse benefício vai atingir também aqueles muito ricos, os quais continuarão fazendo campanhas caras, com outros dinheiros.

Além do mais, imagine o povão quando souber que até Maluf vai ter “financiamento público”, com dinheiro nosso. É um desaforo!

Há coisas que as pessoas comuns se revoltam ao saber. Lembro de um episódio, há dois anos, que tive com o estilista Jum Nakao, um paulista de fama internacional, responsável pelo desfile de encerramento da Olimpíada de Londres.

Jum me perguntou como um deputado federal é eleito no Brasil. Expliquei que a gente vota num candidato e esse voto nosso vai para o partido desse político. Os mais votados dentro do partido são os eleitos.

E ele afirmou, revoltado: “Isso quer dizer que, se eu votei num candidato do partido do Maluf, meu voto ajudou a eleger o próprio Maluf”.

Eis a trágica verdade. O brasileiro quer que seu voto fique restrito ao candidato preferido, sem se distribuir dentro do partido, como se aplica no chamado voto proporcional. Esta questão pode ser decidida diretamente pelo Congresso, sem necessidade de plebiscito. Basta querer.

O plebiscito apenas pode atrasar decisões que o Senado e a Câmara podem tomar logo.

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