Os 14 policiais suspeitos de torturar um colega de farda do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal foram soltos na manhã de hoje (2). Eles estavam presos desde segunda-feira.
A decisão para a liberdade dos policiais é do desembargador do Tribunal de Justiça do DF Sandoval Oliveira.
De acordo com o magistrado, o Ministério Público, na denúncia, atribuiu ao comandante da unidade Calebe Teixeira das Neves a iniciativa de provocar as agressões, que não foi detido.
“Não se extrai fundamentos concretos justificando a imprescindibilidade da medida extrema, porquanto carente de razões precisas a justificar o risco de a liberdade dos pacientes representar à apuração dos fatos”, diz Sandoval Oliveira.
O soldado Danilo Martins diz que foi agredido e humilhado para que desistisse do curso de formação do patrulhamento tático móvel do Batalhão de Choque. Ele ficou internado por seis dias, após 8 horas de tortura dentro do batalhão.
Segundo Martins, as agressões só pararam quando ele assinou o termo de desistência do curso.
O curso foi suspenso até o encerramento das investigações, e o comandante do batalhão, Calebe Teixeira das Neves, foi afastado.
Na denúncia feita ao Ministério Público, o policial conta que teve gás lacrimogênio e gás de espuma jogados em seu rosto, que foi obrigado a tomar café com sal e pimenta, e que foi agredido com pauladas, chutes no joelho, no rosto e no estômago.
“Eles colocaram gás nos meus olhos, depois pediram para eu correr ao redor do batalhão cantando uma música vexatória. E depois disso me colocaram para fazer flexão de punho cerrado no asfalto, me deram pauladas na cabeça, no estômago”, conta Danilo.
Danilo diz que, no hospital, ele foi diagnosticado com insuficiência renal, rabdomiólise – ruptura do músculo esquelético, ruptura no menisco, hérnia de disco e lesões lombar e cerebral.
Fonte: g1 – Tainá Ferreira
Foto: Arquivo pessoal