RENATO RIELLA
Tenho afirmado que o Brasil não perde nada se extinguir todos os partidos, criando-se alguma outra forma de representação política. É claro que isso não vai acontecer, mas nenhum partido faz falta no Brasil – e acabam de ser criados mais dois, absolutamente inúteis e cem por cento suspeitos de tudo o que existir de ruim na política.
Para provar que não temos partido nem sensibilidade política, mostro que ninguém na política brasileira (nem mesmo a presidente Dilma) reagiu minimamente para a notícia de que o analfabetismo cresceu no Brasil de 2011 para 2012. Eram 12 milhões de pessoas sem leitura e agora são mais de 13 milhões. Isso sem contar os chamados analfabetos funcionais, que podem assinar o nome, mas não leem nada. Estes multiplicam os milhões de iletrados.
Ninguém, em nenhum partido, veio a público para assumir o compromisso contra essa praga que domina o país há séculos. Aécio Neves, o pretenso candidato a presidente pelo PSDB, podia jurar que passaria a lutar, com prioridade total, para reduzir a níveis invisíveis o analfabetismo no Brasil.
Marina Silva, esperança de mudança, não teve sensibilidade para abordar o tema. Eduardo Campos, do PSB, poderia mostrar se fez alguma coisa boa nessa área em Pernambuco, onde é governador.
O analfabetismo não preocupa os políticos.