O romancista tanzaniano Abdulrazak Gurnah conquistou hoje (7) o Prêmio Nobel de Literatura por seu trabalho “intransigente” e “compassivo” sobre os efeitos do colonialismo e o drama de refugiados no choque entre culturas e continentes.
Nascido em 1948 na ilha de Zanzibar, na Tanzânia,ele chegou à Inglaterra como refugiado no final da década de 1960. Na Europa, foi professor de inglês e literaturas pós-colonial na Universidade de Kent. Durante sua carreira, o agora vencedor do Nobel publicou dez romances e vários contos.
“Seus romances evitam descrições estereotipadas e abrem o olhar para uma África Oriental culturalmente diversificada, desconhecida para muitos em outras partes do mundo”, afirma a Real Academia de Ciências da Suécia.
De acordo com a academia, o universo literário de Gurnah mostra que “tudo está mudando” e destaca a obra Afterlives, lançada em 2020, que ele como quando ele começou a escrever como um refugiado de 21 anos.
“No tratamento que Abdulrazak Gurnah dá à experiência dos refugiados, o foco está na identidade e na autoimagem. Os personagens se encontram entre culturas e continentes, entre uma vida que existia e uma vida emergente. É um estado inseguro que nunca pode ser resolvido”, reforça o comitê organizador do prêmio.
Concedido há mais de um século, o Prêmio Nobel oferece valor equivalente a R$ 6,2 milhões (10 milhões de coroas suecas) a seus vencedores.
Fonte: R7
Arte: Divulgação/Nikas Emehed