RENATO RIELLA
Quando eu era menino, na Bahia, havia uma musiquinha irritante:
“““Rato, rato, rato, por que motivo tu roeste o meu baú?”””
E a cantiga repetia, repetia, repetia, num ritmo acelerado.
Meu pai, Agenor, grande pirracento de Itabuna, passava o dia cantando pessimamente a musiquinha com uma letra que ele inventou:
“””Renato, Renato, Renato, por que motivo tu roestes o meu baú?”””
O garoto enfezado da década de 60 ficava puto – mas não adiantava.
Fui cair na besteira de contar esta história inocente em casa.
Depois disso, minha enteada, Ana, recém-chegada de temporada de sete anos nos Estados Unidos, passa o dia cantando, com entonação pelo menos razoável:
“””Renato, Renato, Renato, por que motivo tu roeste o meu baú?”””
Se ela cantar a musiquinha da pirraça amanha, pelo menos tem o mérito de me fazer lembrar do velho Agenor, que botava apelidos nos filhos e ria muito de nós.
Feliz Dia dos Pais a quem tiver histórias bobas como esta para contar.