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out 07 2014

REGUFFE, UM DOM QUIXOTE SEM CAVALO

RENATO RIELLA

Conheço Reguffe há mais de 20 anos, desde quando ele tinha um programa semanal na TV Apoio, que quase ninguém via. Esperto, divulgava em releases as suas entrevistas, que pelo menos eram lidas pelas pessoas. Sou amigo dele e revelei que votaria em Reguffe no início desta campanha eleitoral. É um cara sincero.

Reguffe tem um idealismo ansioso. Às vezes cansa por parecer ingênuo. E descobriu uma fórmula de austeridade no “osso” que nunca poderá ser copiada por nenhum dos 513 deputados federais ou 81 senadores.

É um modelo que só dá certo para Reguffe, que aparece hoje no Correio Braziliense dizendo que vai operar um gabinete de senador com apenas 15 assessores. Isto é: sozinho, com uma pequena pasta debaixo do braço.

Ninguém tente copiar Reguffe neste modelo pós-espartano, pois seria um mero plágio. Todos os outros deputados e senadores precisam, de verdade, contar com dezenas de assessores – e não podem ser crucificados por isso.

Reguffe fez dessa austeridade absoluta seu grande marketing. Só precisará mudar de estratégia se, algum dia, for eleito governador do Distrito Federal, quando ninguém pode dispensar uma estrutura forte para poder trabalhar bem.

Acho que Reguffe deve ser muito útil no Senado, se tiver firmeza para se contrapor a gente como Renan Calheiros, renovando práticas nocivas dessa Casa dominada por velhos políticos.

Confio na fé e no idealismo de Reguffe. Unindo-se a gente nova, como Romário, poderá abalar as máfias da Casa maior do Legislativo.

Quanto a isso, no entanto, preciso aguardar o desenrolar das coisas, pois a máquina do Senado é pesada demais para ser sacudida por um Dom Quixote que dispensou o cavalo.

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