Mais de cem pessoas sérias numa reunião de condomínio para empossar nova diretoria. O síndico anterior era um velhinho safado, que nos roubou.
Quem mais pedia a palavra era um homem alto, meio corpulento, 50 anos, cabelos brancos – e ar respeitável. Parecia competente.
O microfone de apartes já ficava na mão dele. A gente nem ouvia mais o que o camarada falava – de tanto que ele falava.
De repente, houve discussão sobre cortes de benefícios dos empregados. O tal participante participou, é claro, com um comentário surrealista. Com ar grave, disse:
-Isso me lembra uma empresa, quando propuseram economia drástica no papel higiênico. Então, perguntei: “Como a gente vai limpar a bunda?”
Será que falou bunda mesmo? De repente, as cem pessoas se viraram para ele, sem acreditar no que ouviam, numa pacífica reunião noturna de condomínio.
Da minha parte, anarquista, cantarolei: “Jingle bells, jingle bells, acabou o papel. Não faz mal, não faz mal, limpa com jornal”…
Felizmente o carinha devolveu o microfone para a secretária e sumiu-se. Logo, todos se apressaram e a reunião terminou bem, decidindo-se não reajustar mensalidades este ano. Oba!
Mas será que vão botar BUNDA na Ata? (RENATO RIELLA)