RENATO RIELLA
“Acompanho um amigo até a beira do túmulo – mas não entro”.
Costumo citar muitas frases de políticos. Esta é a que mais gosto. Brilhante!
Foi proferida há mais de dez anos por Joaquim Roriz, quando este era governador poderoso no DF, com domínio amplo na Câmara Legislativa.
Naquela época, um dos deputados distritais mais leais era Adão Xavier, evangélico de Samambaia, que freqüentava muito a casa do governador.
Este Xavier descobriu que a esposa estava “papando” jovens fieis. Enciumado, contratou uns pistoleiros amadores e mandou matar um rapaz de 17 anos, possível namorado da mulher.
O caso ferveu e um dia a imprensa perguntou a Roriz se ele iria impedir que Adão Xavier fosse cassado na Câmara. Veio a surpreendente resposta:
-Acompanho um amigo até a beira do túmulo – mas não entro!
Essas palavras serviram como senha. Xavier acabou banido da vida política, mas até hoje não respondeu pelo crime, que vai acabar prescrito (se ele não for inocentado!).
A lembrança da frase inteligente vem a respeito do atual momento político.
O túmulo do candidato José Roberto Arruda está marcado para 15 de setembro, a próxima segunda-feira.
Tenham certeza que Roriz pode acompanhá-lo até lá – mas não entra no caixão. Isso não! Não mesmo!
Quem viver verá.
