A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) detalhou, hoje(18), o plano distrital de vacinação contra a Covid-19.
Segundo a pasta, nas três primeiras fases da campanha, devem ser imunizadas mais de 600 mil pessoas entre os grupos prioritários (veja detalhes abaixo).
O documento não tem uma data para o início da vacinação, já que o governo do DF não vai comprar doses próprias e deve seguir o cronograma do governo federal, que ainda não foi detalhado.
No entanto, o plano traz informações sobre a logística de armazenamento, distribuição e aplicação das vacinas.
Cabe ao DF e aos demais estados elaborar seus planos para viabilizar como será feita essa vacinação, como serão registrados todos os dados dos pacientes, e todas as questões relacionadas à vacina que estará sendo administrada aqui no Distrito Federal”, disse o secretário de Saúde, Osnei Okumoto.
O plano do DF traz os mesmos grupos prioritários previstos na estratégia do Ministério da Saúde. De acordo com a pasta, o objetivo é imunizar as pessoas com maior chance de letalidade pela Covid-19.
No entanto, as fases podem ser alteradas de acordo com o número de doses que for disponibilizada.
De acordo com o plano, os grupos prioritários devem ser imunizados nas três primeiras fases de vacinação. Caso haja maior disponibilidade de doses, deve ocorrer uma quarta fase, na seguinte ordem:
1ª fase:
- Trabalhadores de saúde: 101.996
- Idosos de 75 anos ou mais: 80.950
- Pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas: 6.568
2ª fase:
- Idosos de 60 a 74 anos: 265.671
3ª fase:
- Pessoas com comorbidades: 150.190
4ª fase:
- Professores: 49.585
- Integrantes de forças de segurança e salvamento: 28.690
De acordo com o plano de vacinação, devem ser implementadas 169 salas de vacinação para distribuição das doses. A região de Planaltina concentra o maior número de salas, entre 16 e 19 postos. Em seguida, aparecem Ceilândia e São Sebastião, que devem ter entre 13 e 15 salas.
“Essas salas vão cobrir todo o Distrito Federal e serão mais densas de acordo com o perfil epidemiológico daquela região administrativa”, disse Fernando Erick, coordenador de Atenção Primária à Saúde.
De acordo com a Secretaria de Saúde, há 1,5 mil profissionais devidamente treinados para participar da imunização. As doses devem ser disponibilizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), em policlínicas, em hospitais públicos e privados, e em outros locais parceiros.
A Secretaria afirma que tem, em estoque, dois milhões de seringas e agulhas e está em processo de empenho para aquisição de mais um milhão. Além disso, há editais para compra de outros 4,8 milhões, levando o total a 7,8 milhões. De acordo com a SES-DF, a quantidade é suficiente para imunizar toda a população da capital contra a Covid-19 e ainda realizar a campanha de vacinação contra a influenza.
Os representantes da Secretaria de Saúde reforçaram que só utilizarão as vacinas recebidas do Ministério da Saúde. Segundo a chefe do Núcleo de Redes de Frio da SES-DF, Tereza Luíza Pereira, o governo federal informou à pasta que quatro vacinas já devem estar disponíveis no primeiro semestre de 2021. São elas: AstraZeneca/Oxford, Coronavac, Pfizer/BionTech e Janssen
Tereza ressaltou que nenhuma vacina está autorizada no Brasil. Segundo a representante da SES-DF, o Ministério da Saúde disse que, quando a vacina chegar ao estoque da pasta, deve estar nas unidades da federação em até cinco dias. De acordo com a Secretaria de Saúde, quando o material estiver na capital, a expectativa é que as salas de vacinação estejam abastecidas em 48 horas.
As vacinas são em duas doses e é necessário que o paciente tome, em ambas as ocasiões, o imunizante do mesmo fabricante. Segundo a Secretaria de Saúde, o cadastro de cada pessoa vai trazer qual vacina ela tomou na primeira dose, para garantir que ela receba a mesma no segundo momento.
Segundo Tereza, o principal desafio é o armazenamento da vacina da Pfizer, que precisa ficar a -70ºC. Ela afirmou que o governo federal está em contato com a fabricante para resolver a questão.
Ontem, a Universidade de Brasília (UnB) informou que tem, pelo menos, seis ultracongeladores capazes de armazenar a vacina. No entanto, a universidade informou que não recebeu pedido de auxílio da Secretaria de Saúde.
Na coletiva de hoje, Tereza Luíza Pereira disse que “a UnB ainda não enviou para a gente oficialmente essa informação”. “Mas toda ajuda é
bem-vinda. A gente precisa verificar com a UnB essa possibilidade.”
Com informações de G1
Foto: BBC