A Secretaria de Saúde divulgou ontem (27), o Boletim Epitedemiológico da Dengue com dados até 18 de maio. Foram notificadas 21.360 ocorrências, das quais 20.752 (97,2%) são de pessoas residentes no Distrito Federal. Desse total, 18.649 são de casos prováveis de dengue.
Conforme o boletim, foram confirmados 21 óbitos por dengue em moradores do Distrito Federal. Além disso, houve outros 31 casos graves em que as pessoas sobreviveram e 309 casos de dengue com sinais de alarme. No mesmo período de 2018, foram confirmados dois casos graves e um óbito por dengue.
Segundo o diretor de Vigilância Epidemiológica, Delmason Carvalho, diferentemente dos anos anteriores, em 2019 há uma confluência de situações que contribuem para o aumento de casos. Entre elas, as fortes chuvas das últimas semanas, que já apresentam redução, mas que fazem as larvas do mosquito Aedes aegypti eclodirem, com predominância para o vírus da dengue do tipo 2, bem mais agressivo do que o do tipo 1.
“Não é recomendável comparar este ano com os anteriores porque, antes, era a dengue do tipo 1. Estamos, agora, em uma situação peculiar, ainda aprendendo sobre esse novo vírus, com uma população mais suscetível ao tipo 2, além das chuvas nas semanas anteriores. Todos esses fatores contribuíram para o aumento de casos”, explica o diretor de Vigilância Epidemiológica.
“Por si só, a dengue do tipo 2 tem uma probabilidade maior de causar ocorrências mais graves e, com isso, óbitos. Quando começa a circular um vírus diferente, mais pessoas têm maior probabilidade de ser contaminadas. Em outros anos, esse era um vírus que não tinha predominância. Por isso, em 2018, houve poucos casos”, ressalta Carvalho.
Outro ponto que contribuiu para a maior quantidade de casos, este ano, é a própria natureza do Aedes, cuja incidência de ocorrências aumenta de três em três anos. Os últimos registros expressivos aconteceram em 2013 e 2016. “Naturalmente, de três em três anos há um aumento de casos ou, como chamamos, há um acúmulo de suscetíveis”, aponta o diretor.
Por exemplo, se uma criança não é picada pelo mosquito, daqui a três anos ela estará maior, frequentando mais locais e, com isso, ficando mais suscetível e exposta ao mosquito. “Com mais pessoas suscetíveis, aumenta a probabilidade de se ter novos casos, além dos demais fatores que favorecem a transmissão”, avalia Carvalho.
Pelo boletim, é possível destacar que locais como Varjão e São Sebastião, que apresentaram várias ocorrências nos últimos meses, reduziram a incidência de casos por grupo de 100 mil habitantes.
O Varjão, por exemplo, reduziu de 1.167,82 em abril, para 257,47 em maio. Em São Sebastião, a queda tem se mantido desde fevereiro, quando estava com 599,97 e, em maio, chegou a 79,26.
“No Varjão, a variação costuma ser grande porque a população é pequena e toda mudança representa uma diferença substancial. Agora, em São Sebastião houve um trabalho intenso da Secretaria de Saúde para registrar essa queda, com idas diárias dos agentes nas residências, trabalho de equipes, etc”, pontuou o diretor de Vigilância Epidemiológica.
Com informações da Ascom/Secretaria de Saúde