Esfria a proposta do Presidente Bolsonaro de comparecer ao Senado para pedir o impeachment dos ministros Alexandres de Moraes e Luiz Barroso, do Supremo Tribunal Federal.
Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, fez declaração defendendo o diálogo entre os três Poderes, quando afirmou:
-“Neste momento de crise, mais do que nunca é recomendável a busca de consensos e o respeito às diferenças. Patriotas são aqueles que unem o Brasil, e não os que querem dividi-lo”, enfatizou.
O presidente do Senado reuniu-se com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, buscando selar uma espécie de “pacto” contra a instabilidade institucional.
Hoje, Rodrigo Pacheco deve se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, no mesmo tom, tendo falado ontem com o procurador-geral da República, Augusto Aras, para superar a crise entre o Palácio do Planalto e o STF.
GOVERNADORES – Foi divulgada nota assinada por 14 governadores, em tom diplomático, demonstrando solidariedade e confiança em relação ao STF.
Entre os que não assinaram, o mais expressivo é o Governador de Minas, Romeu Zema. Ele deu entrevista dizendo que não quer se envolver em polêmicas políticas.
SERGIO REIS – Polícia Civil do DF deve chamar para depoimento o cantor Sérgio Reis, que apareceu em vídeo ameaçando parar o Brasil por três dias, na semana do 7 de Setembro, em protesto contra o Supremo Tribunal.
Ele anunciou que teria apoio de caminhoneiros e de movimentos do setor agro brasileiro.
PARADA – Presidente Bolsonaro foi comunicado pelas Forças Armadas que não haverá desfile de Sete de Setembro, Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, tal como aconteceu no ano passado, no auge da pandemia.
Está confirmado o hasteamento da Bandeira no Palácio da Alvorada.
PROCESSO – Em resposta ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou abertura de apuração preliminar para avaliar a conduta do Presidente Bolsonaro nos pronunciamentos sobre o sistema eletrônico de votação.
Vale registrar que este processo, para se viabilizar, precisará ser autorizado pela Câmara dos Deputados, como aconteceu com o então Presidente Temer.
AFEGANISTÃO – A crise do Afeganistão abalou o mundo e despertou preocupação da ONU.
Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi obrigado a dar declaração constrangedora, na qual criticou o governo afegão, que fugiu do país.
China e Rússia tentam controlar a crise, mas a sensação de insegurança é enorme em Cabul, onde parte da população tenta fugir de qualquer maneira.
Os líderes talibãs que assumiram o poder emitem sinais de que pretendem negociar com o mundo uma convivência diplomática, mas não despertam confiança, pela tradição de radicalismo.
VOTAÇÕES – Câmara dos Deputados prevê pauta ambiciosa para hoje.
Pretende votar em segundo turno a reforma das regras eleitorais, inclusive com a polêmica sobre restaurar as coligações partidárias na votação de deputados, mudança que o Senado não pretende aprovar.
A Câmara pretende colocar em votação também a questão do Imposto de Renda, contida na Reforma Tributária.
O projeto muda a legislação tributária, com medidas como o reajuste da faixa de isenção para fins de Imposto de Renda, a cobrança do tributo sobre lucros e dividendos distribuídos pelas empresas a acionistas, a diminuição do Imposto de Renda das empresas e o cancelamento de alguns benefícios fiscais.
Todas as medidas tributárias têm efeito a partir de 1º de janeiro de 2022.
CPI – Na CPI da Pandemia do Senado, deve ser ouvido hoje o auditor do Tribunal de Contas da União, Alexandre Figueiredo, que teria elaborado relatório sobre o número de mortes pela Covid-19 no Brasil.
BRASIL – Mais de 50 milhões de brasileiros estão imunizados com as duas doses ou dose única de vacinas desde que a vacinação começou, em janeiro.
O número corresponde a 23,85% da população.Os que receberam a primeira dose são 115.988.775, o que corresponde a 54,77% da população.
Total de pessoas que perderam a vida para a covid-19 alcançou 569.492 no Brasil. Ontem, houve 434 novas mortes.
JOGOS – Comitê Olímpico do Brasil (COB) cancelou os Jogos da Juventude, que aconteceriam em dezembro, em Aracaju, por causa da pandemia.
ECONOMIA – Instabilidade política no Brasil, além da crise do Afeganistão e dados econômicos da China, geraram efeitos na economia mundial e também no Brasil, onde o Índice Ibovespa caiu abaixo de 120 mil pontos.
Dólar fechou a R$ 5,281, com alta de R$ 0,036 (+0,68%).
E Bolsa de Valores caiu para 119.180 pontos, com recuo de 1,66%.
Por RENATO RIELLA
