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mar 28 2023

Sessões de hemodiálise em clínicas particulares vai liberar leitos na rede pública

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal vai ampliar a oferta de vagas para sessões de hemodiálise em clínicas da rede privada, por meio de contratos de prestação de serviço. A expectativa é zerar a lista de espera entre os pacientes em tratamento contínuo, neste momento com aproximadamente 130 nomes, e liberar leitos de enfermaria e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) ocupados unicamente para a realização do procedimento. A ampliação dos atendimentos deve ocorrer a partir de abril.

A gerente de Serviços de Internação da Secretaria de Saúde, Raquel Mesquita, detalha que o hospitais regionais de Sobradinho e de Taguatinga, além do Hospital de Base e do Hospital Universitário de Brasília, têm como foco realizar a hemodiálise dos pacientes com condições renais críticas ou que estejam internados por outros motivos.

Atualmente, 45 leitos estão ocupados por falta de horários nas sete clínicas contratadas para o atendimento de pacientes crônicos que precisam de hemodiálise regularmente. “Nós temos pacientes que estão ocupando vaga e que não têm alta por causa da diálise”, explica Raquel Mesquita.

De acordo com a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, com a ampliação da oferta contratada na rede privada, será possível encaminhar esses pacientes para tratamento com horário marcado. Isso vai permitir ter alta hospitalar e seguir uma rotina mais próxima da normalidade, como estudo, trabalho e outros cuidados com a saúde, além da presença constante da família. “Nós damos aos pacientes que estão hoje em UTI a possibilidade e o conforto de poder estar em casa e irem às clínicas fazer hemodiálise. Não há um lugar melhor para se estar do que na sua própria casa”, afirma a gestora.

Lucilene Florêncio destaca também a importância da liberação de leitos nos hospitais para pacientes em condições clínicas graves. “Nós precisamos deixar nos leitos quem realmente precisa e desatar esses nós das situações que levavam aos pacientes ficarem nos hospitais, nas UTIs, à espera de um serviço que não tinha resolução, como é o caso da hemodiálise”, acrescenta. A mudança da forma de atendimento também deve significar economia, já que uma diária em um leito de terapia intensiva custa até R$ 5 mil, muito mais que o necessário para um procedimento rotineiro de hemodiálise.

O aumento da oferta de serviços de hemodiálise será realizado por meio da complementaridade dos valores previstos inicialmente no edital de credenciamento para empresas privadas, válido desde 2020. “A tabela vai ser atualizada com os valores de mercado, tornando o contrato atrativo para as empresas”, explica a subsecretária de Administração Geral, Gláucia da Silveira.

O Distrito Federal registra anualmente cerca de 2.280 pessoas que se submetem a diálise, seja hemodiálise ou pelo método peritoneal. De acordo com o censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, por aqui são 737 pacientes por milhão de habitantes com necessidade do procedimento, a quinta maior incidência no Brasil. As principais causas são doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, que impactam no funcionamento dos rins.

Sintomas como náusea, vômito, baixa apetite, períodos de confusão mental e câimbras podem ser relacionados ao desequilíbrio da ureia. Nestes casos, a porta de entrada é uma das 175 unidades básicas de saúde (UBSs), onde é possível realizar verificação de pressão arterial e glicemia, além de ser avaliada a função renal. De acordo com os resultados, o paciente é encaminhado para uma consulta nefrológica. Somente em 2022, foram mais de 50 mil atendimentos com especialistas.

A médica Lizandra Barbosa Carvalho, referência técnica distrital em nefrologia, destaca que pacientes com diabetes e hipertensão devem fazer acompanhamento para permitir a detecção precoce de alterações no quadro renal. Quem faz tratamento rotineiro com anti-inflamatórios, adota uma dieta com maior ingestão de proteína ou toma suplementação também precisa ficar atento a sinais como espuma na urina. “Quando se tem algum sintoma de alteração da função renal, já é significativo”, explica.

Por outro lado, uma dieta equilibrada, a boa hidratação, a prática de exercício físico e o controle da hipertensão e da diabetes são caminhos para evitar descontroles na função renal.

Fonte: Secretaria de Saúde

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