Uns e outros entraram com pedidos de impeachment do governador Rodrigo Rollemberg na Câmara Legislativa, mas esses pedidos foram arquivados.
Outros pedidos que apareçam quase certamente serão arquivados pelo novo presidente da Câmara, Joe Valle.
Na verdade, Rollemberg foi bem eleito pela população e não deu ainda nenhum motivo para que se aplique um impeachment nele, mesmo que possamos discordar de quase tudo o que vem sendo feito no GDF.
Nossa esperança é que ele calce as sandálias da humildade e negocie com Joe Valle uma saída decente para esta crise da passagem dos ônibus.
Os dois já foram bastante ligados, quando Joe estava no partido de Rodrigo (o PSD). Hoje Joe está no PDT.
Não tenham esperança de que o governo caia nas mãos do vice-governador Renato Santana, do PSD, partido dominado pelo deputado federal Rogério Rosso.
Isso só acontecerá se aparecer algum fato grave que derrube a credibilidade de Rodrigo Rollemberg como cidadão e como político, o que duvido muito. E aí, com Renato, teremos outro governador assustador.
O problema de Rollemberg é que o governo montado por ele se demonstrou fraquíssimo. São pessoas desconhecidas, na grande maioria dos casos – e sem experiência anterior.
São autoridades sem autoridade, sem prestígio em área básicas do Estado brasileiro, mas que, no entanto, em muitos casos, mostram-se pretensiosas e preconceituosas. Acham que, fora do governo, todos são bandidos, ladrões, incompetentes, egoístas, direitistas, etc.
O mais provável é que o governo de Rollemberg acabe de forma melancólica, em 2018, com pouquíssimas realizações e quase zero de reconhecimento por parte da população.
Na eleição, quando seu nome passou para o segundo turno, na disputa com Jofran Frejat, ele já se sentiu vitorioso e recusou qualquer aproximação política, eliminando compromissos com as forças existentes na cidade. Acabou eleito e isolado.
Há uma piada horrível na Internet (grosseira, baixa, chocante), que define a situação de forma perniciosa. A piada diz que, sozinho, ninguém consegue ser nada, e não consegue nem ser corno.
No governo, sozinho, ninguém consegue nem ser traído, para aprender a conhecer a humanidade. Fica virgem e estéril.
Rodrigo Rollemberg precisa abrir-se para a comunidade brasiliense. Por exemplo, tenho vergonha de ver como o Palácio do Buriti virou um castelo com fosso recheado de crocodilos. Ninguém entra.
Os temas da cidade estão apresentados para serem discutidos. Quem não estiver preso ou processado merece ser ouvido.
As boas ideais certamente estão fora dos limites palacianos. Se forem desprezadas, seremos afetados pelas péssimas ideais, que são aquelas tomadas sem reflexão.
Será que 2017 pode propiciar algum diálogo no DF?
Fora isso, anote: bem ou mal, Rollemberg é a opção que temos. Não podemos torcer pelo fracasso dele – que será o fracasso da nossa cidade. (RENATO RIELLA)
