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set 04 2018

Teimosia do Lula dá ao PT aparência de religião

JOSIAS DE SOUZA

Diante do veto da Justiça Eleitoral à candidatura de Lula, o PT parece ter descoberto uma solução engenhosa para o seu drama ético-político. O partido se comporta como se tivesse desistido de operar no ramo partidário, para se reorganizar como uma religião.

Entre uma derrota judicial e outra, o PT reforça a devoção dogmática que obriga os fiéis de Lula a aceitar todas as presunções da divindade-presidiária a seu próprio respeito. Em matéria penal e eleitoral, isso inclui concordar com o dogma segundo o qual Lula tem uma missão na Terra de inspiração divina e, portanto, indiscutível.

Um pedaço do grupo religioso, com a fé já meio cansada, esperava que, barrado pelo TSE, Lula ungisse imediatamente Fernando Haddad como seu enviado às eleições de 2018. Mas o messias petista decidiu esticar a corda. O prazo para o fim da encenação é o dia 11 de setembro.

O PT se dividiu. Os descontentes abaixam a cabeça. Os devotos são mais assustadores, porque não estão sendo cínicos. Eles acreditam mesmo que a autocanonização de Lula dá a ele o direito de desafiar não só a Justiça, mas o próprio bom senso.

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