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out 11 2023

TREINEI KARATÊ COM UM OFICIAL DE GUERRA DE ISRAEL

(RENATO RIELLA)

É inútil querer enfrentar Israel. O país é formado por um povo em que todo mundo tem espírito guerreiro.

Na minha vida, vi dois episódios chocantes que me levaram a essa avaliação.

Um deles foi há 10 anos. Estive num jantar do embaixador de Israel em Brasília. Cerca de 20 convidados, com muita alegria.

Num certo momento, ele pediu brinde para uma moça branquinha, bonitinha. Era a filha mais velha do casal.

O diplomata explicou, com ar feliz, que a jovem estava de partida para Jerusalém, onde iria prestar serviço militar armado.

Me assustei. Lembrei do esforço que fiz para que meus dois filhos e meu enteado não cumprissem o Serviço Militar. E graças a Deus os três escaparam desse encargo (muito antes, também escapei).

Mas este judeu estava mandando sua filha lindinha para uma possível guerra. Maluco!

Porém, muitas décadas antes, vivi história muito pior.

Dos 14 aos 18 anos, treinei karatê intensamente na Pituba, em Salvador. O instrutor era Ramiro Gandelman, alguns anos mais velho, já casado, com duas filhas pequenas.

Ele convidou cinco adolescentes vizinhos para dois treinos semanais gratuitos, bastante duros. O cara era pauleira! E não cobrava mesmo nada pelas aulas dadas aos amigos de futebol mais jovens.

A gente estava tinindo. Porém, de repente, o instrutor disse a meu irmão Humberto que as aulas haviam acabado. Explico:

Ramiro era filho de um judeu rico, dono da rede de lojas Móveis Gandelman, de Salvador.

De forma medonha, nosso amigo recebeu ordem da família para fechar a ótima casa que tinha na Pituba. Pegou a jovem mulher e as menininhas e mudou-se de repente para Israel. Foi obrigado a fazer isso pelo pai, que ofereceu o filho em sacrifício à sua pátria.

Humberto e eu perdemos contato com Ramiro. Muito tempo depois, soubemos que ele era oficial do Exército judeu, treinando a defesa pessoal da tropa. Mais ou menos como fazia comigo – que nunca iria para uma guerra.

Não soubemos se vivia feliz.

Assim, tomem cuidado com este humilde baiano. Tive forte formação de karatê, com um instrutor de tropa israelense. Não é mole, não, meu irmão!

Ele detonava a gente. Vivíamos dando murros em paredes e fazendo outras atividades malucas dos caratecas.

Ramiro pulava de pé no nosso peito, para que a gente suportasse o tranco. E treinava intensamente defesa pessoal, principalmente com movimento lateral de braço para afastar possível soco.

Hoje, acompanhando o noticiário da guerra, fico de olho. Será que meu amigo Ramiro vai aparecer vestido de oficial judeu e falando português? Quem sabe! Quem sabe!

 

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