RENATO RIELLA
O povo não sabe, mas a presidente Dilma Rousseff obtém resultados aparentes na economia usando truques contábeis.
É verdade, mas na política vale sempre o resultado. Não adianta a chiadeira dos analistas econômicos.
A presidente consegue controlar a inflação anual abaixo dos 6% graças a manipulações que o povo apoia. É o caso dos preços da gasolina e das tarifas de energia elétrica, mantidos congelados, com grave sacrifício para as empresas de energia, entre as quais a Petrobras.
Dilma fez também desonerações (queda de impostos) que permitiram baixar tarifas de transporte coletivo, como também os preços da cesta básica.
E assim vai levando a inflação, que está represada pelos sacrifícios que o governo faz nas suas contas, gerando dividendos políticos para a presidente e para o PT – pois o povo não entende de economia.
Um detalhe mais técnico ainda acaba de ser registrado. Visando obter superávit na balança comercial, o governo fez um truque inacreditável.
A Petrobras exportou uma plataforma, que não saiu do Brasil e continuará sendo usada por essa empresa, como locação. Isto é: vendeu e não entregou.
Com isso, o saldo da balança comercial começou a ficar superavitário e outras medidas semelhantes poderão ser adotadas até o fim do ano, para que fechemos 2013 com resultado positivo.
Tudo isso é difícil de se explicar numa campanha eleitoral, por mais que Aécio Neves, Marina Silva e Eduardo Campos usem um tom didático.
Dilma vale-se da segurança obtida com as reservas internacionais, ainda hoje mantidas acima dos 370 bilhões de dólares – o que é muito.
Só para comparar, em 1994, quando lançou o Plano Real, Fernando Henrique Cardoso tinha reservas de apenas 25 bilhões de dólares, que foram comemoradas como elevadas. Hoje, o montante é 15 vezes superior, o que deixa Dilma tranquila na administração das suas contas.