RENATO RIELLA
Fui a um grande evento no sábado. Na saída, cruzei com um grupo de empresários que fofocava à beira de uma garrafa de vinho. Um deles me segurou, de passagem, e perguntou: “Quem será o candidato a governador?”
Livrando-me com jeito, respondi de estalo: “Agnelo, é claro”. E ele, voltando-se para o grupo, esbravejou: “Não disse! Não disse!”
Segui adiante, sem ouvir os prováveis comentários. Entrando no carro, meditei sobre a minha resposta (enquanto temia possível blitz, pois havia tomado uma dose misturada de uísque).
E pensei: por que disse “Agnelo”?
Na verdade, acredito nisso. Hoje está configurada a repetição da chapa Agnelo-Filippelli, tendo Gim (PTB) como candidato ao Senado. A manutenção do PMDB em coligação com o PT dá a esses candidatos uma estrutura partidária praticamente imbatível.
No grupo de empresários que deixei falando sozinho, certamente alguns argumentaram que Rodrigo Rollemberg (PSB) pode ser eleito governador em 2014. Claro que pode, mas a chance é pequena, se sair sem coligação com algum grande partido.
Pelo que sei, o PSB não aceita juntar-se com “aquela gente” do PSDB e do DEM de Brasília, um pessoal metido até o pescoço com a Caixa de Pandora. O que sobra para apoiar Rollemberg em 2014?
Ingênuos acreditam que o PDT vai liberar o senador Cristovam Buarque e o deputado federal Reguffe numa linha de confrontação eleitoral com o PT. Duvido-d-o-dó!
Agnelo, mesmo com desempenho fraco em possíveis pesquisas (se forem feitas hoje), está sabendo mexer as pedras de olho em 2014, como fez quando projetou o deputado Paulo Tadeu para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do DF.
Terá grave desafio na eleição do futuro presidente da Câmara Legislativa, mas sabemos que, junto com Filippelli, mantém domínio expressivo nessa escolha.
O que o atual governador precisa é oferecer melhores resultados ao povo em áreas como segurança, saúde e educação. Na área de obras já há muito o que se ver e, certamente, essas construções vão começar a aperfeiçoar a imagem da dobradinha Agnelo-Filippelli.
Assim, se perguntarem a você sobre a eleição de governador, pode dizer, como Zagalo: vocês vão ter que engolir o Agnelo. É muito provável que isso vire verdade.
