As 16 cobras apreendidas em um haras, na região de Planaltina, após um estudante de veterinária ser picado por uma naja “estão magras e com lesões nas escamas”. A informação é do Zoológico de Brasília, que vai ficar responsável pelas serpentes encontradas ontem (9).
Investigações da Polícia Civil apontam que Pedro Henrique Santos Krambeck Lehm, de 22 anos, é o proprietário dos animais. O jovem permanece internado em um hospital particular e deve ter alta da UTI até sábado (11).
Três colegas dele, incluindo o rapaz que teria abandonado a naja, na quarta-feira (8), perto de um shopping, no Lago Sul, foram ouvidos pela 14ª DP, do Gama, hoje (10). Pedro Henrique deve prestar depoimento “assim que estiver em condições”
De acordo com a gerente da clínica cirúrgica do Zoológico de Brasília, Fernanda Mergulhão, a equipe de medicina veterinária e de biologia fez a coleta de sangue e a análise clínica e comportamental das serpentes.
“Os animais provavelmente não viviam nas condições ideais para um réptil, com umidade adequada, com frequência de alimentação adequada, justamente, pela escore corporal desses animais”, disse a veterinária.
Segundo o zoo, a naja que picou o estudante não saiu da caixa. Conforme os biólogos, o animal está estressado e pode atacar de novo. “Como não tem soro contra o veneno da serpente no Brasil, a orientação, por enquanto, é ninguém mexer”, explicou a veterinária.
Fernanda Mergulhão disse também que as 17 serpentes, incluindo a naja, ficarão em quarentena por 20 dias, “para certificar que elas não apresentam nenhuma doença que possa ser transmitida aos outros animais”. Elas devem ficar no zoo até haver uma definição dos órgãos ambientais para o destino das serpentes.
O acidente com o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehm revelou, segundo a Polícia Civil, um esquema de tráfico de animais silvestres no Distrito Federal. Segundo o delegado Ricardo Bispo, da 14ª Delegacia de Polícia, do Gama, o princípio da investigação começou para saber a origem da naja que picou Pedro Henrique.
Conforme os policiais, na casa do jovem, no Guará, foram encontrados objetos que indicavam que no local eram criadas outras serpentes. “A investigação revela um possível esquema de tráfico de animais. Vamos investigar a origem dessas cobras, como chegaram no Brasil”, disse o delegado.
Segundo o delegado Ricardo Bispo, da 14ª DP, os jovens são de classe média e classe média alta e cursam medicina veterinária em uma instituição particular.
Com informações de G1