RENATO RIELLA
A eleição da Mesa Diretora da Câmara Legislativa é assunto passado. Desde o início, disse neste BLOG que dificilmente o petista Wasny de Roure deixaria de ser eleito. O fim do voto secreto no Legislativo, válido para qualquer situação, é um erro. Qualquer governador bem instalado consegue impor um nome para a presidência da Casa, pois os deputados distritais temem ficar mais de dois anos sem participação no governo, podendo perder todas as vantagens que isso implica.
O governador Agnelo Queiroz percebeu essa força e adotou postura zen: pouca discussão e uma imposição contínua. Assim, com Wasny na presidência e Agaciel Maia na vice, ele terá o comando da Câmara em mãos experientes, bem profissionais e de elevada confiança em relação ao Palácio do Buriti.
A formação precipitada do bloco que une PSB, PDT e PPS leva o PT de Agnelo e o PMDB de Tadeu Filippelli à manutenção de uma aliança traumática, que já teve diversas fases de distanciamento, inclusive neste processo eleitoral da Câmara. Os dois sabem que, isolados, não têm futuro. E são obrigados a uma convivência técnica, às vezes dramática.
Esta é a realidade. A partir de fevereiro o governador deverá fazer um trabalho de reaproximação gradativa com os descontentes, caso a caso, o que não é difícil.