RENATO RIELLA
O assassinato da professora Christiane Silva Matos, depois de ter sido sequestrada na garagem de um shopping de Brasília, continua gerando repercussão, revelando a ausência de segurança nos estacionamentos pagos de Brasília.
Mantenho a minha proposta de que seja requerida indenização acima de R$ 10 milhões em nome dos filhos dessa fantástica pessoa morta por um desocupado. Acho até que cabe ao Ministério Público tomar essa iniciativa, acionando o shopping onde ela sofreu o sequestro.
A professora fez compras diversas no shopping (inclusive ovos de Páscoa para os filhos) e circulou com grande confiança na estrutura daquele ambiente comercial. Sua família revelou que ela, por temer assaltos, preferia pagar caro para estacionar na garagem do shopping, quando poderia buscar outras alternativas próximas. Essa confiança revelou-se falha, quando um desconhecido, de ar suspeito, resolveu agir em direção à sua morte.
Além dessa questão da indenização, há outra de grande impacto na vida de Brasília. O deputado distrital Chico Vigilante (PT), presidente da Comissão do Consumidor da Câmara Legislativa, me informou hoje que pretende aprovar projeto de lei para exigir providências a todas as empresas que exploram estacionamento pago no DF.
Segundo ele, tal como ocorre na abertura das novas agências bancárias, todo estacionamento pago terá de aprovar na Secretaria de Segurança Pública um plano que garanta a integridade física dos usuários do serviço. Câmeras bem posicionadas e policiamento privado, em todos os pontos do estacionamento, deverão ser estabelecidos, se o projeto de Chico for aprovado.
Da mesma forma, a automação na saída dos estacionamentos, sem a presença de vigias que constatem irregularidades nos carros, deverá ser abolida. Se houvesse segurança humana na saída do shopping provavelmente o sequestrador teria sido desmascarado e até preso.
Ninguém devolverá a vida da professora Christiane, mas algumas providências graves precisam ser adotadas. Isso a sociedade exige.
