SERGIO GARSCHAGEN
Lembro-me, assim sem mais nem menos, do tempo em que Hélio Beltrão, nomeado ministro da Desburocratização pelo general Figueiredo, tentou varrer o excesso de exigências burocráticas para o lixo.
O homem parecia Dom Quixote a lutar contra moinhos de ventos. Acabou com a exigência de reconhecimento de firmas, excessos de documentos da máquina pública..tudo em vão. Está tudo de volta há anos.
A Dilma faz discursos sobre o Simples para beneficiar as mini empresas. Tudo bem, mas em Damasco (Siria), um dono de bar onde fui tomar um café da manhã típico, me disse ( com a ajuda de intérprete, claro), que o governo isenta de tributos aquele que abre um pequeno negócio e emprega uma pessoa fora da família.
Nos EUA, nos idos de 1974, fui alugar um apartamento morrendo de medo da exigência brasileira de três fiadores (em um país onde não conhecia ninguém). E…surpresa…não me pediram nada. Foi só preencher uma ficha, adiantar três meses do aluguel e voilá!, “eis aqui a chave do seu imóvel”, saudou-me o gringo.
Abre-se uma conta bancária no país em 5 minutos e o cartão sai na hora. Aqui exigem uns 15 documentos diferentes e o cartão chega um mês depois. Quando chega.
Muitas vezes assaltantes levam as cartas com envelopes bancários em mãos dos carteiros.
Há alguns anos abri uma empresinha individual no DF. Antes de receber o primeiro salário já havia desembolsado mais de R$ 1 mil em taxas, emolumentos e o escambau.
E tive de comprar uma Nota Fiscal de amigos, porque um mês depois ainda não tinha o meu reles CNPJ.
Li que na Nova Zelândia abre-se empresa pela internet… em 15 minutos, e é proibido taxas ANTES de a nova empresa faturar alguma coisa. Morro de fome hoje mas não abro uma empresa.
