RENATO RIELLA
Levei mais de 60 anos da minha vida sem conhecer a palavra “laico”. Nunca me fez falta e hoje não me serve para nada
Mas, na campanha presidencial, junto com temas inúteis, como casamento gay, estão discutindo se o Estado brasileiro será laico – ou não.
Vivi a vida toda falando sobre ateus, sobre homens sem fé, os quais respeito e até admiro, se respeitarem os contrários.
Agora, discutir Estado laico no Brasil é pura armadilha para impedir que Marina Silva (PSB) possa abordar temas de interesse real da sociedade.
No Google, vejo que ser laico significa não pertencer a uma religião ou não estar sujeito a qualquer religião, ou mesmo não ser influenciado por ela.
Na prática, o Brasil já é assim, pois cada brasileiro tem imensa liberdade para acreditar ou não em qualquer fé.
Mas, convenhamos, quem tirará o Natal do nosso calendário? Quem eliminará a Sexta-Feira Santa da nossa vida? Mesmo a presença de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil é um valor cultural do qual não nos libertaremos tão cedo.
Vemos que, em diversas cidades, já existe o Dia do Evangélico. E, na minha Bahia, por incrível que pareça, a Lavagem da Igreja do Bonfim é uma festa do candomblé, verdadeiro feriado que atinge mais de um milhão de pessoas.
Não me fale de laico num país que para as cidades, emocionado, quando recebe a visita de um Papa.
Discutir se seremos laicos é fugir dos temas reais, dos temas cruciais, dos temas mortais.
Chega de bobagem, pessoal! Vão catar coquinhos na mata, que dá mais lucro.