ETHEVALDO SIQUEIRA
A grande manobra está em andamento na América do Sul, com o objetivo de dominar o Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce do mundo.
Se nada for feito, em breve esse patrimônio sul-americano pode cair nas mãos de corporações transnacionais, como Coca-Cola e Nestlé.
Segundo relatos internacionais, as negociações para privatizar o Aquífero Guarani – a gigantesca reserva subterrânea de água, situada sob a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – já alcançaram um estágio avançado.
O acordo concederia a um consórcio de conglomerados com sede nos Estados Unidos os direitos exclusivos sobre o aquífero por um prazo de mais de 100 anos.
Batizado em homenagem aos índios Guarani, o Aquífero Guarani é a segunda maior reserva de água subterrânea do mundo.
Segundo estimativas, é capaz de fornecer água potável de forma sustentável para toda a população mundial por até 200 anos.
Grupos ambientais, movimentos sociais e defensores da terra alertam que a exploração da reserva de água doce poderia ver o reservatório de 1,2 milhões de km2 (algo como a área do Estado do Amazonas) sacrificado pela voracidade dos lucros de curto prazo do agronegócio, de energia e de dois gigantes da área de alimentos bebidas.