RODOLDO AMSTALDEN (Da consultoria Empiricus)
Lavando a jato
Nem Dilma, nem Temer – somos governados pela Lava Jato.
Esse é o novo motto político do mercado.
Preocupa perder Renan e a base de apoio no Senado?
Preocuparia mesmo o triunfo dos injustos.
Lula e Dilma ficam mais implicados pelas gravações de Sérgio Machado.
Já Temer mantém distância da zona de vulnerabilidade.
Quanto antes o impeachment definitivo, tanto melhor.
Mitigando riscos
Machado não aumenta o risco de volta da Dilma, tampouco de Lula presidente.
Na verdade, ambos esses riscos são diminuídos pelas gravações.
E ainda mais diminuídos com a iminente delação da Odebrecht.
Acompanho com gosto as novas investigações.
A Lava Jato sempre foi pró-mercado.
E continuará sendo.
Se não fosse, também, que me desculpe o mercado, mas temos prioridades nessa vida.
Lendo tudo
“Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro”.
É o que diz Drummond a Machado no poema que intitula este Relatório M5M (Empiricus).
Não há como ter lido, ainda, o livro inteiro desta crise.
Mas já passamos da metade, rumo aos últimos capítulos.
Meirelles prevê déficit primário de R$ 66 bi em 2017.
Ou seja, teremos superávit em 2018, inflação próxima à meta e PIB crescendo.
É um prato cheio ao próximo mandato.
Que ele seja um prato cheio para nós, eleitores e investidores.
Isso é o que nos levará até os 100 mil pontos de Ibovespa e Selic a 10%.
Falando de lá
Uma pausa aqui para falarmos de lá.
Discurso da presidente do Fed (14h15) poderá reforçar cenários de alta dos juros americanos.
PIB dos EUA parece estar fazendo a sua parte para duas elevações de 25 bps até o fim do ano.
Principalmente por isso, o dólar volta a subir contra o real e demais emergentes.
Nossas transações correntes, que já se destacaram em abril, podem se tornar uma bela surpresa para 2016.
Aproveitando a ponte
Por ora, precisamos de duas variáveis de reação rápida:
- Início, mesmo tímido, de queda da Selic.
- Contas correntes superavitárias.