Ao amigo-oculto,
coitado,
peço presente
de vulto.
Quero tempo,
muito tempo.
Tempo para
os filhos
e para as netas!
E para
as grandes metas
da vida. Quais?
Na subida
dos setenta,
tempo para
assistir
o Hexa
na TV.
E também
para escrever.
Quem sabe,
tempo para
eleger! Quem?
E pra ver
a decoração
de Natal
(já foi instalada
ou está enrolada?)
Tempo para nada,
que é um prazer
nesta jornada.
Um tempinho
roubado
para o sol
com futebol.
Tempo para
chorar e
para amar.
Tempo para rezar.
E tempos,
longos tempos,
para meditar…
Tempo para
atender os
estagiários,
e até para
os aniversários
de cada um.
Mas, oculto-amigo,
estou contigo:
se tempo
for façanha
muito rara
ou muito cara,
tudo bem,
berembembém!
Um pacote
de castanha
ou um disco
da Marisa
me anima.
Ah! E FELIZ NATAL!