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maio 10 2014

ARRUDA DANÇOU: AGORA É RÉU CONFESSO

RENATO RIELLA

Todo aluno que briga com o professor se dá mal. Pior ainda é quem briga com juiz.

O ex-governador José Roberto Arruda constatou isso ontem, da forma mais dura, sendo considerado réu confesso no processo da Caixa de Pandora, no Tribunal de Justiça do DF. Está mais complicado! Muito mais complicado.

Arruda, pessimamente orientado pelos próprios advogados, decidiu não comparecer, pela segunda vez, à audiência na 2ª Vara da Fazenda Pública.

Dias antes, o Superior Tribunal de Justiça havia decidido pelo impedimento do juiz titular dessa Vara, Álvaro Ciarlini, apontado pelos réus como preconceituoso em relação a eles.

Ontem, os advogados do Arruda tentaram dar um golpe de mestre, recusando-se a prestar depoimento ao próprio Ciarlini. Coitados! Dançaram!

O Tribunal de Justiça do DF designou, em tempo hábil, o juiz substituto Rodrigo Donati Barbosa, que botou pra quebrar. Arruda foi chamado às pressas e ainda tentou participar da audiência, mas já era. Seu tempo havia passado.

Por não ter comparecido, o réu José Roberto Arruda será julgado sem possibilidade de apresentar defesa verbal, na ação de improbidade administrativa a que responde por conta das investigações da Caixa de Pandora.

O juiz Rodrigo Donati fez declaração que exprime o espírito da Justiça em relação a esses fatos, dizendo: “Vale lembrar que às partes não é dado o direito de escolher julgador”.

Não podemos esquecer que o juiz Ciarlini, atacado pelos pandoristas, é um dos mais respeitados e prestigiados da Justiça brasileira. Inclusive, ele foi secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2009. Não é pouca coisa, não, pessoalzinho!

Graças a ele, diversos deputados distritais e ex-deputados foram condenados e estão inelegíveis. O último foi Ailton Gomes. O próximo a ser julgado é Rôney Nemer (PMDB), que está vivendo clima de suspense.

Vale registrar a sabedoria do ex-governador Joaquim Roriz. Quando Arruda e alguns dos seus companheiros começaram a bater duro no juiz Ciarlini e no conjunto de promotores da Caixa de Pandora, o pai da Liliane Roriz enviou uma notificação à Justiça dizendo-se contra essa postura.

Por meio do advogado Ery Varela, Roriz informou ao Tribunal, dando divulgação a este fato, que confiava plenamente no juiz Ciarlini e no Ministério Público.

Como se diz, ele sabe das coisas.

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