«

»

abr 07 2020

ARTIGO: A grande crise do Turismo

 

CÉSAR GONÇALVES

Durante grande parte da minha vida, militei na área do turismo, como empresário, como líder corporativo e como dirigente público. Tive cerca de 50 empresas nesse setor.

A grande parte das empresas do segmento é constituída por pequenas e médias, cujo capital de giro é inferior a 30 dias.

Particularmente, no DF, o PIB é formado essencialmente pela área de Comércio e Serviços. As medidas tomadas quebraram o setor de turismo.

Mesmo após a remoção das restrições ao funcionamento do setor, ele não chegará aos níveis de demanda conquistada  antes de pelo menos 12 meses.

Olhando somente pela perspectiva dos interesses econômicos desse setor, empreendimentos e sonhos de uma vida de trabalho e conquistas foram ceifados.

Empréstimos precisam ser pagos e não resolverão como solução para a sobrevivência empresarial.

Estimo que cerca de 10 mil empresas do setor e cerca de 100 mil trabalhadores serão diretamente afetados.

Multiplique isso por pelo menos três vezes e encontrará o número indireto de empresas e trabalhadores que serão afetados.

O maior desafio do DF sempre foi aumentar sua independência de arrecadação, que hoje depende dos R$ 14 bilhões do Fundo Constitucional.

Isso, traduzido pra a prática, significa trazer renda externa para a economia do DF.

A cada obra e programa social implementado aumentam os nossos gastos públicos e isso nos distancia cada vez mais  de uma política de Estado para o desenvolvimento econômico.

A falada segunda onda pós-pandemia apresentará um nefasto cenário de aumento de gastos do setor público e uma expressiva diminuição da arrecadação.

Muitas empresas encerrarão suas atividades e milhares de pessoas ficarão desempregadas.

Ou isso passa a ser uma real visão dessa complexa equação ou vamos viver momentos muito difíceis nos próximos meses.

Nossas lideranças empresariais precisam reagir e apresentar ao governo alternativas para que a economia volte a funcionar.

A desobediência civil e a fome são inimigas do bem comum! Não esperem que elas se instalem para então criar alternativas!

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas tags e atributos HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*