ADELMIR SANTANA
Brasília precisa de mais pessoas como Vera Brant. Mineira de Diamantina e brasiliense de coração, essa pioneira nos deixou aos 87 anos, mas a sua trajetória permanecerá gravada na história da cidade.
Vera era uma mulher de muitas qualidades. Podia ser descrita como uma pessoa inteligente e batalhadora. Uma das promotoras culturais mais importantes da capital e uma das intelectuais que ajudou a criar a Universidade de Brasília. Ainda mais importante do que tudo isso e a razão desses títulos era o seu lado humano.
Cuidava dos amigos com enorme carinho e utilizava essa mesma sensibilidade para proteger o Distrito Federal dos mais diversos ataques.
Vera foi uma verdadeira embaixadora do projeto de Juscelino Ku-bitschek.
Defendeu por muitas vezes os grandes objetivos da cidade. Brasília foi criada para ser um centro irradiador de desenvolvimento, para servir como uma ponte de progresso entre o Norte e o Sul do País.
Como parte desse ideal de JK, estava prevista a criação de uma capital moderna e símbolo do Brasil. Oscar Niemeyer, Lucio Costa e todos que para cá vieram ajudaram a transformar esse sonho em realidade. Preservar Brasília e manter viva essa chama de esperança, contudo, não tem sido uma tarefa fácil.
O crescimento desordenado impôs desafios ao tombamento de Brasília e à qualidade de vida dos cidadãos. Administrações públicas incompetentes também fizeram com que problemas de saúde, mobilidade e segurança fossem agravados.
Em uma tentativa de combater essa deterioração e colaborar com a elaboração de sugestões, a Fecomércio realizou o ciclo de debates Brasília 2015. Diversos especialistas passaram pela Federação e apresentaram propostas para planejar o futuro da capital.
A conclusão desse trabalho será entregue agora para o governador eleito. Qualquer que seja o governante, seria muito bom se ele buscasse inspiração em Vera Brant e governasse Brasília como um verdadeiro guardião da cidade.